sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Uma pequena história do champagne

O que seria do Réveillon sem o jorro de vinho espumante sincronizado com o primeiro segundo do ano novo? E que líquido banha, no pódio, o vencedor de uma corrida automobilística? Ou com que se batiza cada novo navio?

Só que um espumante não é igual ao outro. E o mais nobre e famoso é, sem dúvida, aquele que leva o nome da região francesa onde é fabricado: o champanhe – um nome que até nossos dias é sinônimo de luxo e prazer.

"O champanhe se inventou a si mesmo"

Champagne é uma das menores regiões vinícolas da França, com apenas 33 mil hectares, e extremamente parcelada, entre 15 mil proprietários. Nela se produzem cerca de 5 mil marcas, das quais apenas poucas são conhecidas no mundo – especificamente, as que dispõem de um enorme orçamento para publicidade. Das grandes casas produtoras de vinho, só algumas ainda são propriedade familiar. Por outro lado, como o emprego de máquinas é proibido em Champagne, todas as uvas são colhidas a mão.

Como será que esse espumante produzido exclusivamente em Champagne conquistou a fama que tem? Na forma como o conhecemos – isto é, sem ser turvado por partículas de levedura e sem que, de cada duas garrafas, uma exploda – o champanhe não existe há muito mais de 150 anos.

Uma coisa já se pode antecipar: ao contrário do que afirmam certos gênios da propaganda, o célebre monge beneditino Dom Pérignon não foi o inventor da nobre bebida – embora tenha feito bastante pelo seu desenvolvimento. Na opinião da guia turística Aline Milley: "Dom Pérignon é um mito. O champanhe não tem, realmente, uma origem, nem inventores. O champanhe se inventou a si mesmo".

Os romanos e as cavas

A história do champanhe começa com a conquista da Gália pelos romanos. Eles levaram o vinho para Champagne e, como subproduto da construção das cidades, foram criadas as primeiras grandes adegas. Como explica Jean-Pierre Redon, da casa Taittinger:

"No século 4º, para construir esta cidade [Reims], capital da província da Bélgica, chamada Durocortorum, necessitava-se de pedras. E essas se encontravam no subsolo, pois aqui toda a região é constituída de giz."

Foi em meados do século 13, ou seja, 700 anos após os romanos terem esburacado Reims como um queijo suíço, que os monges beneditinos tiveram a ideia de utilizar as grutas resultantes como cavas, para melhor envelhecer o vinho. Para facilitar o acesso, fizeram portas e cavaram passagens entre as adegas.

Onde estão as bolinhas?

Nos séculos 16 e 17, o vinho de Champagne era conhecido na corte francesa por sua qualidade, embora ainda não fosse efervescente. Aqui entra em cena Dom Pérignon, mestre de adega da abadia de Hautvillers a partir de 1668.

Ele foi o primeiro a empregar a técnica de assemblage, misturando diferentes tipos de vinho. E descobriu que era possível fabricar vinho branco a partir de uvas pretas, se as cascas fossem retiradas rápido o suficiente.

Porém, o champanhe ainda não "fazia bolinhas".

Cristalino e espumante

Devido à situação geográfica de Champagne, ao norte do país, o tempo esfria muito rápido no outono. Isso pode interromper a fermentação do mosto, antes que todo o açúcar se transforme em álcool. Na primavera, quando a temperatura sobe novamente, o processo é retomado e o dióxido de carbono resultante torna o vinho espumante.

Esse fato não chamou atenção até o século 18, pois o vinho fermentava em barris e o gás escapava. Mas em 1728, Luís 15 permitiu o transporte da bebida em garrafas. Foi então que o alto teor gasoso do champanhe se tornou perceptível, fazendo explodir as garrafas.

Isso passou a ter consequências avassaladoras para os vinicultores, que até meados do século seguinte chegaram a perder 50% de sua produção. Entretanto, os ingleses, que já apreciavam o vinho champanhês "tranquilo", se lançaram avidamente sobre a novidade vinda da França.

O próximo passo decisivo nessa evolução coube à Madame Barbe-Nicole Cliquot Ponsardin, uma negociante de visão. Seu mestre adegueiro, o alemão Anton von Müller, criou em 1813 um método para livrar o líquido do levedo. Para tal, desenvolveu os pupitres de remuage, onde as garrafas são mantidas com o gargalo para baixo e deslocadas a intervalos regulares.

E assim o champanhe se tornou a bebida cristalina e frisante que hoje conhecemos. E também um campeão de vendas. Enquanto em 1785 se vendiam centenas de milhares de garrafas, o volume de venda registrado em 1845 já era de 6,5 milhões.

Hoje o consumo é um múltiplo dessa cifra, sobretudo no fim do ano. A produção total de champanhe no ano passado foi de 300 milhões de garrafas. Segundo Redon, 65% das garrafas produzidas em um ano são abertas entre o Natal e o Ano Novo.

Autor: Günther Birkenstock / Augusto Valente (deutsche weller)
Revisão: Simone Lopes

Um novo modelo de bicicleta para começar 2010

Existem diversas formas de tornar a mobilidade urbana mais sustentável. Uma dessas maneiras é facilitando o acesso de bicicletas a outros meios de transporte, como metros e ônibus, bem como simplificando seu armazenamento e transporte. Foi pensando nisso que o estudante do Royal College of Art, Dominic Hargreaves, criou a “Contorcionista” – uma bicicleta articulada que pode ser dobrada e levada para qualquer lugar.

Além do design arrojado e da praticidade de poder “torcer” a bicicleta e carregá-la de um canto a outro, a criação tem uma vantagem em relação às outras bikes dobráveis – uma roda de 26 polegadas, considerada grande para os padrões desse tipo de bicicleta e, consequentemente, mais confortáveis e fáceis de pedalar.

Em poucos minutos é possível “dobrar” todo o equipamento graças às suas articulações estrategicamente planejadas. Depois, é só montá-la novamente e sair pedalando. Não é preciso fazer força nem utilizar equipamentos específicos.

Com apenas 24 anos, o estudante não sabe se a criação deixará de ser um protótipo nem quando ela poderá estar à venda. Mas garante que o preço de uma “Contorcionista” não passará de £400, cerca de R$1.100. “Não há nenhum motivo para não ser esse valor. Não existe nada nessa bike que não possa ser produzido em larga escala”, conclui Hargreaves. (do eco4planet).

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