segunda-feira, 19 de abril de 2010

Toda a força do vulcão Eyjafjallajokull, hora-à-hora

Para que servem as sacolas plásticas

Uma entrevista com um renomado futurologista

Quando o físico e futorologista americano Michiu Kaku fala, é impossível não sentir uma vontade de futuro. O mundo que ele prevê - baseado em observações das pesquisas desenvolvidas por cientistas na atualidade, leitura e um tanto de suposições – beira aquilo que muitos de nós chamariam de ficção científica. As máquinas são controladas com a mente, órgãos são produzidos em laboratório, ninguém mais morre à espera de um transplante, seremos jovens por quase a vida toda.

Em maio, Kaku, que é um dos criadores da teoria das cordas, virá ao Brasil dividir sua visão de futuro com homens de negócios no Congresso Nacional de Atualização em Gestão, em Santa Catarina. Nesta entrevista, Galileu adianta um pouco do que ele deve dizer por lá. Confira o perfil completo e o restante da entrevista realizada com o cientista na edição de maio da Revista Galileu.

Michiu, você está vindo ao Brasil para um congresso de negócios. O que você acha que a ciência tem a ensinar aos negócios?

Muitas coisas. A começar por: como a ciência vai mudar as nossas vidas e nossos negócios? Por exemplo, no futuro a internet estará nas nossas lentes de contato. Quando piscar você verá filmes, ouvirá música, consultará websites. Suas lentes de contato também serão capazes de reconhecer rostos. Suas lentes dirão quem é a pessoa que você não consegue reconhecer e te dirá sua biografia completa. E se ela não falar sua língua, será traduzido em subtítulos, como no cinema. Digamos que você vá até Roma e veja todas as ruínas do Império Romano. Pedras, pó, tudo muito desinteressante, não? Mas, enquanto você andar por Roma, nas suas lentes de contato você verá o império ressuscitado. Esse é o futuro do que chamamos de realidade aumentada. Existem dois tipos de realidades: a virtual, como nos videogames, e a real. O futuro será uma mistura das duas.

E como nós vamos controlar os computadores?

Você os controlará com sua mente. Seu cérebro será conectado a eletrodos que, por sua vez, serão conectados a computadores que farão o que você quiser que façam. Você terá o poder de um deus de mitologia grega. Eles poderiam ver o que quisessem, mover o que quisessem com a mente. Eles balançam a cabeça e objetos se movem. Nós teremos esse poder muito em breve.

Em que você se baseou para chegar a essas conclusões?

Eu visitei os 300 maiores cientistas do mundo em televisão e rádio. Nós fotografamos essas máquinas e mostramos às pessoas que estas são as máquinas que vão mudar tudo.

Como esses avanços vão influenciar a medicina?

Se você estiver em um acidente de carro hoje, talvez você morra. Mas no futuro, se seu estômago, intestino e fígado estiverem danificados, nós criaremos outro estômago para você, outro intestino, outro fígado. Hoje, nós já conseguimos criar pele, narizes, ouvidos, cartilagem, vasos sanguíneos em laboratório. Em cinco anos, já poderemos produzir fígados. Pessoas morrem todos os dias esperando por transplantes. Logo isso não acontecerá. Também usaremos terapia genética para curar doenças e até mesmo para elevar a nossa inteligência e força. Nós já descobrimos o gene responsável pela inteligência e o responsável pela força. Então, em princípio, no futuro poderemos ser mais fortes, mais inteligentes e viver mais.

Desse jeito parece que seremos capazes de viver para sempre.

Nós estamos descobrindo agora alguns dos genes que controlam o processo de envelhecimento. São 60 até agora. Muitos cientistas esperam que, um dia, tenhamos a Fonte da Juventude. Nós não a temos ainda, mas em animais, já podemos praticamente dobrar suas vidas.

Se passarmos a viver mais, como o planeta irá abarcar tanta gente?

A população na Europa e especialmente no Japão está entrando em colapso. Não está explodindo, mas implodindo. No Japão, no ano passado, a pirâmide etária se inverteu. A população está se contraindo e não crescendo. A família média japonesa tem 1,2 filhos, imigração muito baixa e vidas muito longas. A Europa será a próxima. E nós (na América toda) também veremos um declínio de nossa população. Isso é o oposto ao senso comum. Nos Estados Unidos, por exemplo, em 1900 a expectativa de vida era de 40 e poucos anos. Hoje nós dobramos essa taxa, mas não vemos uma explosão da população. Essa explosão dependeria de que as pessoas tivessem mais filhos e não necessariamente de que vivessem mais. E se vivermos mais vamos criar nossos filhos por mais tempo. Hoje, se você é uma mulher aos 30 anos, tem que correr para ter seus filhos antes de 35, quando a taxa de fertilidade cai dramaticamente. Mas se vivermos mais, vamos poder esperar mais para ter filhos. Então a população irá diminuir e não crescer.

E o que você tem a dizer sobre o futuro do Brasil?

O mundo agora está passando por uma tremenda revolução. Estamos vendo a ascensão da classe média, uma classe média imensa na China, Índia, Brasil. Centenas de milhares de pessoas estão sendo elevadas juntas, pela primeira vez, da pobreza e miséria para grandes oportunidades. Contudo, a economia mundial está fazendo uma transição entre capital de commodities e capital intelectual. O preço das commodities está caindo, como comida, por exemplo. Esta manhã, você teve um café da manhã que o rei da Espanha não poderia ter tido 100 anos atrás. A comida é hoje tão barata que você pode comer comidas raras do mundo todo. O capital intelectual está crescendo. E acho que o Brasil está numa boa posição, excelente posição, porque tem ambos, capital de commodities e intelectual. Mas se o país desperdiçar muito tempo com commodities, ele será ainda pobre no futuro. É importante não cair nesta armadilha.

O voo de Yuri Gagarin 49 anos depois

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