sábado, 21 de novembro de 2009

Negra Li - compaixão

Servindo uma tapioca a Lampião


Ela nasceu Maria Nevite Vital, em 20 de janeiro de 1925, na zona rural da cidade de Jardim, no Cariri cearense. Terceira dos treze filhos de José Antonio Vital e Maria Vidal, Nevite viveu no Sítio Corrente até se casar, em 1942, aos 17 anos de idade, com Luís Pereira Sobrinho, que carinhosamente a chamava de "princesa". O codinome persistiu pelos 54 anos que durou o casamento, mas a trajetória de luta, trabalho e sofrimento dessa cearense, que, como milhares de nordestinos, veio tentar a sorte na Região Sudeste, pouco se assemelha à vida das princesas na corte. Da infância ela lembra com saudade. A vida no sítio era confortável e pacata, e as imagens que povoam as lembranças de Nevite falam da quantidade de caju, cajá e ingá (fruta parecida com uma vagem) que havia na propriedade.

Foi no Sítio Corrente também que Nevite viveu uma grande emoção, quando aos 7 anos assistiu à visita do bando de cangaceiros liderado por Lampião a sua residência. O pai, zeloso pela família, apesar de surpreso com a chegada repentina, recebeu o bando muito bem e pediu para que a esposa preparasse um lanche. "Toda vida meu pai gostou de criar gado, para não faltar leite e queijo em casa. Naquela noite, mamãe montou uma mesa caprichada com coalhada, que era servida com rapadura, tapioca com queijo e café", lembra Nevite, hoje com 84 anos.

Depois do lanche e antes de ir embora, Lampião escolheu o melhor cavalo de José Vital e lhe pediu emprestado. "Meu pai deu o animal como perdido, mais dali a três dias o bicho voltou com arreio e tudo", conta. Foi alguns anos depois da inesperada visita que Nevite preparou sua primeira tapioca, aos 12 anos de idade, igualzinha à da mãe, perpetuando assim a receita. "Eu era a mais velha das mulheres e depois dos 10 passei a ajudar minha mãe na cozinha", diz. Em 1944, o pai de Nevite comprou terras em Andradina, SP, e em Nova Andradina, MS. Quatro anos depois, ela, o marido e os quatro filhos pisaram em solo paulista após uma viagem de caminhão, navio e trem que durou 24 dias. "Fomos para Juazeiro (Bahia), onde tomamos o navio a vapor para Pirapora, MG. Pegamos um trem para São Paulo, outro para Bauru e outro para Andradina", lembra.

A terra natal ficou para trás, mas os costumes não. Além da rede, onde Luís Pereira descansava após um banho vespertino, balançando ao som dos passarinhos que mantinha na garagem de casa, a receita da tapioca se perpetuou na família, sendo ensinada às filhas e às netas. Em Andradina, Nevite morou por poucos dias no Sítio Figueira, de 45 alqueires, de seu pai. "Fomos para a cidade, pois meu marido queria trabalhar no comércio." A vinda para São Paulo aconteceu porque Luís queria formar os filhos. Falecido em 1995, ele montou e manteve o armazém Casa Vital, de secos e molhados, de 1949 a 1988, período em que o casal conseguiu diplomar os seis filhos, Persival, Ivonete, Izonita, Ivonizia, Lucia e Paulo. Com a morte de Luís, a "princesa" voltou a ser novamente Maria Nevite. Mas, com a chegada dos bisnetos - que já somam 12 -, virou "bivó", como é hoje carinhosamente chamada por todos da família. Da longa trajetória, restam sua parte da herança da Figueira, de 18 alqueires, a saudade da terra natal e a tradição de reunir a família com a tapioca.

TAPIOCA DA BIVÓ À MODA NORDESTINA


Ingredientes

• 1 pacote (500 g) de polvilho doce
• 1 xícara e meia (250 ml) de água
• 1 peça de queijo fresco
• manteiga a gosto

Como fazer

Despeje o polvilho numa travessa funda. Molhe-o com água, distribuindo uniformemente pequenas porções na travessa. O polvilho ficará duro (compacto). Em seguida, peneire essa mistura (a peneira indicada é a de aço galvanizado, também usada na construção civil) numa outra tigela. Distribua uma camada desse polvilho na frigideira e deixe dourar (não é necessário adicionar óleo nem manteiga). Quando a massa virar uma goma e estiver ligeiramente queimada, vire-a de lado. Distribua fatias de queijo fresco a gosto e deixe no fogo até derreter. Passe manteiga, dobre a tapioca ao meio, corte em fatias e sirva. (globorural)

Motocicleta elétrica com acesso Wi-Fi a internet


Os apaixonados por motocicletas que se preparem. A Mavizen acaba de apresentar seu novo projeto – a superesportiva Mavizen TTX02. Totalmente elétrica, essa moto de tirar o fôlego foi construída em cima do chassi da KTM RC8 e possui um sistema Linux com conexão a internet via Wi-Fi. Com seus motores elétricos ela é capaz de chegar a 210 km/h, com 65 km de autonomia.

Os dois motores têm uma potência de pico de cerca de 100hp e puxam a eletricidade de uma bateria de lítio-íon. Serão oferecidos três tipos diferentes de baterias, a maior delas com capacidade de 11kWh.

Além do design arrojado e da tecnologia verde, a TTX02 possui recursos de última geração. Entradas USB possibilitam a instalação rápida de qualquer acessório periférico e quando conectada à internet a moto poderá requisitar suporte técnico a qualquer momento. Seu painel com uma tela de LCD permite ainda acesso à Web pela conexão Wi-Fi. Já imaginou visitar o site do EcoD enquanto espera a bateria recarregar?

Os interessados em adquirir uma dessas já podem fazer a reserva. Pela bagatela de £25 mil, esses compradores poderão desfrutar de uma TTX02 a partir de março de 2010, quando as unidades começarem a ser entregues aos seus donos.

Receitas de Churrasco

Vinho pode ter surgido como remédio, dizem cientistas

Embora os micro-organismos possam ter inventado o álcool, os mamíferos o dominaram. Normalmente isso significava comer um fruto muito maduro de palmeira em demasia ─ mas há também os elefantes indianos que são loucos por bebidas alcoólicas e cerveja de arroz. De musaranhos arborícolas embriagados a macacos bêbados, a linhagem dos primatas é cheia de criaturas que adoram um trago, e com nosso passado de comedores de fruta 10% das enzimas dos humanos modernos são dedicadas exclusivamente a transformar álcool em energia. Muito provavelmente a ressaca já era conhecida na história humana muito antes das taças.

Quanto tempo os humanos levaram para começar a transformar intencionalmente a generosidade botânica da natureza em conhaques e vinhos? A bebida fermentada mais antiga que se tem conhecimento é um vinho de arroz e mel de 9 mil anos identificado em cacos de cerâmica do vilarejo de Jiahu, na China central. De acordo com o arqueólogo biomolecular Patrick McGovern, do Museu de Antropologia e Arqueologia da University of Pennsylvania, a maior parte do açúcar formado no vinho provinha de frutos do espinheiro chinês e de uvas silvestres, cujas sementes foram encontradas no local. Assim como hoje os povos andinos produzem chicha do milho, os produtores da bebida chinesa provavelmente mastigavam grãos de arroz e cuspiam a massa em um pote para fermentar juntamente com frutas. Seriam necessários outros 5 mil anos até os chineses desenvolverem um complicado sistema amilolítico de fermentação, onde cultivavam um tipo de mofo em bolos de cereais e ervas cozidos no vapor que eram adicionados à mistura de arroz para fermentação.

Nesse ínterim, habitantes da região próxima à Armênia e Geórgia estavam provavelmente começando suas tentativas com a uva comum, Vitis vinifera. McGovern identificou resíduos de ácido tártico em potes de 7.400 anos descobertos em uma construção de tijolos de barro nas montanhas Zagros, no Irã. Como os potes também apresentavam resíduos de resina da árvore terebinto ─ posteriormente descrita pelo naturalista romano Plínio, o Velho, como um conservante de vinho ─ o suco de uvas pode ter sido fermentado intencionalmente.

Entretanto, a fabricação de vinho é, provavelmente, muito mais antiga do que indicam os registros arqueológicos ─ talvez até dos primórdios do período paleolítico ─ e suas origens podem estar menos relacionados com nossos centros do prazer que com nosso interesse em desenvolver medicamentos. “O álcool era a droga universal”, observa McGovern. “É uma bebida misteriosa que tem sabor agradável e dá energia; é um acompanhante social com poderes de alteração da mente e muitas propriedades medicinais”.

Em maio, a equipe de McGovern identificou a primeira evidência química de medicamentos egípcios antigos, em vasilhames de 5 mil anos, na tumba do faraó Escorpião 1º ─ que foram reforçados com vinho de uva importado do vale do rio Jordão. Os egípcios sabiam que certos compostos ativos de plantas, como os alcaloides e terpenoides, dissolviam-se melhor em meio etílico, e eram então ingeridos ou aplicados sobre a pele.

Embora os pesquisadores concordem que o consumo moderado de bebidas seja benéfico para a saúde, ainda discutem se a ingestão de uma taça de vinho tinto por dia realmente ajuda a prolongar a vida. Ainda assim, é difícil imaginar a vida ─ ou a civilização ─ sem o vinho. Segundo McGovern, “Ele faz parte da história da humanidade e de quem somos”. (scientific american)

Portinari (pintura brasileira II)

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