sábado, 28 de novembro de 2009

Clube da Esquina - para sempre

Felicidade Interna Bruta

O país perdeu tanto tempo vendo os presidentes Lula e Ahmadinejad torturarem intérpretes para abrir a conexão português-inglês-farsi, que não deu a mínima a um visitante muito mais exótico, que andou por aqui quase ao mesmo tempo que o iraniano. No caso, o primeiro-ministro do Butão Lyongpo Jigme Thinley. Ele sim, tinha assunto para encher jornais, pelo menos nos segundos cadernos. Convidado a testar em Foz do Iguaçu um carro elétrico desenvolvido pela Fiat em parceria com Itaipu, pegou o volante na sede da usina e só o largou na sede do hotel.

Em outas palavras, sem ter nada a esconder, divertiu-se placidamente. Almoçou no bandejão classe A da empresa. Adorou o canal da piracema, que promove a migração de peixes através da barragem. Passeou pela hidrelétrica, alegando que, dispondo de água a rodo, um dos pratos fortes da exportação butanesa é a energia que vende à Índia e à China. No hotel Rafain, deslizando entre o elevador e o saguão de quimono de seda e sandálias no pé, dava a impressão de estar sempre lançando a última palavra em moda para sauna ou piscina.

Mas ele veio ao Brasil ensinar como se administra um país pelos preceitos da Felicidade Interna Bruta. A idéia brotou anos atrás de uma das monarquias mais isoladas da terra. O Butão não passa de um país com pouco mais de 38 quilômetros quadrados, enrugado por montanhas com mais de sete mil metros de altitude e coberto florestas originais em quase 65% de seu território. É habitado por raridades, como o leopardo das neves, elefantes asiáticos, mais de 50 espécies de rododendros e 700 de pássaros e orquídeas inumeráveis. Mas tem menos de 700 mil habitantes.

É o cenário da moda. Buthan, a Visual Odyssey, de Michael Hawlley, mereceu uma edição de luxo com 58 quilos de peso, 40 mil fotografias e as dimensões de uma mesa para seis comensais. Sai por 30 mil dólares. Mas tem versão barata, por 50. Dizem que foi de lá que no século passado o escritor inglês o escritor inglês James Hilton tirou a idéia de Xangrilá.

O fato é que tudo o que se imagina do Nepal o Butão tem. Menos turismo de massa. Em 2008, ele acolheu 21 mil turistas, que só podem visitá-lo pelas mãos de um guia da agência oficial. A televisão e a internet só entraram legalmente no país há uma década, e com recomendações de uso moderado. Sua economia não é lá essas coisas. A moeda local se ancora na rúpia indiana. Sua principal indústria é a produção artesanal de peças religiosas. Suas relações diplomáticas com os Estados Unidos, a Rússia e outras potências se fazem via Nova Déli.

O Butão tem uma longa história de guerras, golpes e até impeachments monárquicos. Mas anda cada vez mais quieto. Sua Felicidade Interna Bruta está entregue a um rei que ainda não fez 30 anos. E a um conselho que aplica a receita da FIB a partir de 72 indicadores sociais, onde têm peso o tempo de lazer de cada cidadão e sua bem-aventurança ambiental – reduzido a um decálogo de exportação por seu apóstolo internacional Laurence Brahm. O fato é que, lá, o noticiário policial, à falta de assuntos mais trepidantes, registra queixa de vizinhos por briga de cachorros.

Quando o FIB surgiu, o jornal Financial Times tratou-o como o roteiro de uma viagem mística em marcha a ré. Mas ultimamente as pesquisas de opinião pública atestam que só 3% dos butaneses se declaram infelizes. Há três anos, a revista Business Week, apoiada numa enquete da universidade de Berkeley, pôs o Butão num honroso oitavo lugar entre os países mais felizes do mundo. Perdia para a Dinamarca, a Finlândia e a Suécia, sem dúvida. Mas, até na categoria dos reinos-encantados, ganhava de Luxemburgo. As economias mais fortes do mundo, montadas em PIBs gigantescos, vinham muito atrás, comendo a poeira do crescimento acelerado, que na época elas mesmas levantavam. (marcos sá correa)

* veja aqui, imagens do butão e aqui

Olhos do camarão ajudam no desenvolvimento do novos DVDs

O camarão mantis no estudo encontram-se na Grande Barreira de Corais da Austrália e têm o sistema de visão mais complexo conhecido pela ciência. Eles podem ver em doze cores (os seres humanos em apenas três) e pode distinguir entre diferentes formas de luz polarizada.

Células especiais sensíveis à luz nos olhos do camarão mantis atuam como lâminas de λ/4– que podem girar o plano das oscilações (polarização) de uma onda de luz passando por ela. Esta capacidade torna possível para o camarão mantis converter luz polarizada linearmente à luz circularmente polarizada e vice-versa. Lâmina de λ/4 fabricadas desempenham essa função essencial no CD e DVD e em filtros polarizadores circulares para as câmeras.

No entanto, esses dispositivos artificiais tendem a trabalhar bem com apenas uma cor de luz, enquanto o mecanismo natural dos olhos do camarão mantis trabalha quase perfeitamente em todo o espectro visível – desde o ultra-violeta até o infra-vermelho.

Dr. Nicholas Roberts, autor do paper Nature Photonics disse: "Nosso trabalho revela pela primeira vez, o design único e mecanismo de lâminas de λ/4 nos olhos do camarão mantis. É realmente excepcional – muito superior a qualquer coisa que nós seres humanos fomos capazes de criar até agora."

O porquê essa camarão mantis tem uma sensibilidade tão apurada à luz circularmente polarizada não é claro. No entanto, a visão de polarização é utilizada pelos animais para comunicação sexual ou comunicação secreta, que evita a atenção de outros animais, especialmente os predadores. Também poderia ajudar na localização e captura de presas por melhorar a clareza das imagens subaquáticas. Se este mecanismo no camarão mantis proporciona uma vantagem evolutiva, seria facilmente selecionados por requer apenas pequenas alterações às propriedades das células existentes no olho.

"O que é particularmente interessante é como belamente simples isto é", continuou o Dr. Roberts. "Este mecanismo natural, composto por membranas de células em tubos, supera totalmente os designs sintéticos.

"Isso pode nos ajudar a fazer dispositivos ópticos melhores, no futuro, utilizando equipamentos de cristal líquidos quimicamente projetados para imitar as propriedades das células no olho do camarão mantis."

Esta não seria a primeira vez que os seres humanos olharam para o mundo natural para novas idéias, por exemplo, o olho composto da lagosta recentemente inspirou o desenho de um detector de raio X para um telescópio astronômico.

A pesquisa de camarão mantis foi realizada na Universidade de Bristol, na Faculdade de Ciências Biológicas, em colaboração com colegas na UMBC, EUA, e da universidade de Queensland, Austrália. (agenda sustentável)

Viajando pelas cidades históricas mineiras

Quem está em busca de cultura geral além dos habituais descanso e prazer precisa seguir o interessante Circuito do Ouro das Cidades Históricas de Minas Gerais. A principal atração do circuito é Ouro Preto, cidade que foi declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Palco de um dos grandes momentos da história brasileira, a Inconfidência Mineira, a cidade é a preferida pela maioria dos visitantes, que lá encontram boas opções de hospedagem, de albergues a hotéis 5 estrelas, boa comida e muita história.

O próprio edifício do Museu da Inconfidência já é histórico. O museu está no prédio da antiga cadeia da cidade e lá estão sepultados nove inconfidentes. Ali também estão as supostas traves de madeira usadas para enforcar Tiradentes, além de abrigar um acervo de arte sacra dos séculos XVIII e XIX.

A leitora do Opinião e Notícia Maria Helena Silva ficou admirada com a movimentação da cidade em um feriado de Finados. “Durante o dia, desci a ladeira ao lado do Museu e cheguei à Igreja São Francisco de Assis. À noite fui a um restaurante muito interessante. Na hora da saída, ouvi um som, era uma festa nos arredores da Praça Tiradentes. A cidade estava movimentada num dia sem expectativas, imaginem no Carnaval!”

Ainda no Centro Histórico, estão algumas igrejas construídas em estilo barroco e rococó, que marcam a religiosidade portuguesa da época.

A primeira, a Igreja de São Francisco de Assis, é a obra-prima dos dois grandes artistas brasileiros, o escultor Antônio Francisco Lisboa — o Aleijadinho — e o pintor Manuel da Costa Ataíde. O forro da nave da igreja precisou de dez anos para ser concluído, e o resultado é uma impressionante ilusão de ótica, graças aos pilares pintados em perspectiva. Outra igreja a ser visitada é a Igreja de Nossa Senhora do Pilar, a segunda mais rica do país. No revestimento da igreja foram utilizados 434 quilos de ouro. Os entalhes foram feitos por Francisco Xavier de Brito, mestre de Aleijadinho.

A última igreja a ser construída em Ouro Preto foi a de São Francisco de Paula, que só foi concluída em 1884. Infelizmente, o conjunto arquitetônico do qual ela faz parte foi muito descaracterizado pela favelização de seus arredores. Cerca de 60% das pessoas que moram no centro de Ouro Preto vivem nos morros.

Ao sair de Ouro Preto, é possível ir de Maria Fumaça à cidade de Mariana, que também faz parte do roteiro turístico. Quem quiser economizar pode pegar um ônibus interurbano e pagar uma passagem de R$ 2,55, mas irá perder toda a magia de andar sobre a estrada de ferro construída no século XIX. Além disso, a estação de Mariana abriga uma biblioteca e painéis que contam a história da cidade.

Na cidade de Congonhas está o que, na opinião da leitora Amélia Garcia, é o que de fato vale a pena na viagem às cidades históricas: os célebres 12 apóstolos de Aleijadinho. As esculturas estão na entrada da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. “É impressionante. Ainda mais por saber que ele talhou os apóstolos já praticamente sem as mãos. Com as ferramentas amarradas nos punhos”, conta a leitora. (opinião e notícia).




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