Este tipo de café é produzido nas Filipinas e na Indonésia e é considerado
uma iguaria, vendido a peso de ouro. Deve ser maravilhoso, não? Sim, é. Mas qual
seria sua reação ao saber que ele é obtido a partir das fezes de civetas? Isso
mesmo, fezes!
As civetas são um tipo de gato selvagem encontrado no sudeste asiático. Esse
animal é conhecido por apreciar frutos maduros e saborosos dos pés de café
daquela região. As fezes das civetas, em regiões produtoras, são formadas
basicamente por sementes de café não digeríveis pelo animal. Nesse caso, o que
faz desse café especial é o processo digestivo e fermentativo que ele sofre.
O quilo do Kopi Luwak é vendido por aproximadamente US$ 500 e sua bebida é
descrita com sabor aveludado, achocolatado e livre de qualquer sabor amargo
residual. O consumo crescente desse café faz com que ele seja considerado ouro
por certos produtores. A questão mais delicada em sua produção, atualmente, está
na crescente criação de civetas em cativeiro.
Iguaria nacional!
Com a globalização, a notícia de grãos retirados de fezes de gatos silvestres
já não aparecem como uma grande novidade no mundo das bebidas exóticas, certo? A
exposição dessa iguaria em filmes de Hollywood e reportagens já é
corriqueira.
Contudo, você já imaginou tomar um café feito com os grãos tirados das fezes
de uma ave? Este café também existe, e é produto genuinamente brasileiro.
Trata-se do "Café do Jacu", que é produzido em Domingos Martins, no Espírito
Santo. Esse estado brasileiro é conhecido mundialmente como o maior produtor de
café robusta do Brasil, levando o País à posição de segundo maior produtor dessa
espécie.
Infelizmente, como ocorre com a maioria dos produtos de alto valor agregado,
esse tipo de café é vendido principalmente para o mercado estrangeiro. A maior
parte da produção segue para cafeterias de Tóquio, Londres, Los Angeles, São
Francisco e outras cidades do mundo. No Espírito Santo, existe apenas uma casa
especializada na capital, Vitória, e outras duas em Pedra Azul que o
comercializam.
Da mesma forma que o Kopi Luwak, os grãos do Café do Jacu são colhidos das
fezes da ave Jacu, que come os melhores frutos do cafeeiro, aqueles sem defeito
e completamente maduros.
O Jacu, descrito pela primeira vez em 1870, é uma
espécie de ave grande, de topete pardo-avermelhado e faixa superciliar
esbranquiçada contrastante com a sobrancelha negra, a qual se alonga em uma
listra ao redor da região auricular e da garganta. Essas aves são encontradas
geralmente em matas entremeadas de campos e matas secas do oeste de Minas
Gerais, Espírito Santo, Goiás e ao leste do Mato Grosso.
Civeta e Jacu, de ameaça a
lucro
O surgimento desse café também tem muito a ver com o
Kopi Luwak. Foi através do sucesso deste último no mundo que um produtor do
Espírito Santo fez um teste com as fezes do Jacu. Segundo ele, o Jacu sempre foi
considerado uma ameaça para o lucro dos cafeicultores, pois, em certos cafezais,
eles chegavam a comer até 10% da produção. Mas o mundo dá voltas, e o Jacu, como
a civeta, passou de vilão a herói.
O Café do Jacu é vendido atualmente por aproximadamente R$ 240 o
quilo. Alguns provadores descrevem esse café como equilibrado, além de deixar um
ótimo sabor na boca. A primeira produção ocorreu em 2006, porém poucos quilos
foram obtidos. Já em 2008, a produção atingiu aproximadamente 150 quilos.
Café cuspido de
macaco?
A civeta é um tipo de gato selvagem
encontrado no sudeste asiático. Este animal,
assim como o Jacu, costumam comer
os frutos mais maduro saborosos do café.
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Um terceiro tipo de café exótico que vem ganhando os
holofotes do mundo é produzido na vila de Zhanghu, em Taiwan. Um pequeno
cafeicultor percebeu que os macacos existentes na região eram grandes
consumidores dos frutos mais saudáveis de suas produções. Entretanto, ao
contrário de outros fazendeiros, que os consideram uma praga, o fazendeiro notou
que os mesmos aproveitam o exterior suculento das frutas vermelhas e descartam
os grãos, que causam indigestão. Assim, diferente do Kopi Luwak e do Café do
Jacu, os grãos não são excretados, mas cuspidos.
Visitantes de várias partes de Taiwan e do mundo vão à vila de
Zhanghu para apreciar o novo tipo de café. De acordo com o produtor e alguns
apreciadores, esse café é mais doce e apresenta uma nota de baunilha em seu
aroma. O preço é cerca de US$ 100 por quilo. ( da revista adega ).