sábado, 20 de novembro de 2010

Os exóticos cafés produzidos a partir de fezes de civetas

Você é um grande apreciador de café? Conhece os mais variados tipos? Gosta também de coisas exóticas? Então provavelmente deve conhecer o Kopi Luwak.

Este tipo de café é produzido nas Filipinas e na Indonésia e é considerado uma iguaria, vendido a peso de ouro. Deve ser maravilhoso, não? Sim, é. Mas qual seria sua reação ao saber que ele é obtido a partir das fezes de civetas? Isso mesmo, fezes!

As civetas são um tipo de gato selvagem encontrado no sudeste asiático. Esse animal é conhecido por apreciar frutos maduros e saborosos dos pés de café daquela região. As fezes das civetas, em regiões produtoras, são formadas basicamente por sementes de café não digeríveis pelo animal. Nesse caso, o que faz desse café especial é o processo digestivo e fermentativo que ele sofre.

O quilo do Kopi Luwak é vendido por aproximadamente US$ 500 e sua bebida é descrita com sabor aveludado, achocolatado e livre de qualquer sabor amargo residual. O consumo crescente desse café faz com que ele seja considerado ouro por certos produtores. A questão mais delicada em sua produção, atualmente, está na crescente criação de civetas em cativeiro.

Iguaria nacional!

Com a globalização, a notícia de grãos retirados de fezes de gatos silvestres já não aparecem como uma grande novidade no mundo das bebidas exóticas, certo? A exposição dessa iguaria em filmes de Hollywood e reportagens já é corriqueira.
Contudo, você já imaginou tomar um café feito com os grãos tirados das fezes de uma ave? Este café também existe, e é produto genuinamente brasileiro. Trata-se do "Café do Jacu", que é produzido em Domingos Martins, no Espírito Santo. Esse estado brasileiro é conhecido mundialmente como o maior produtor de café robusta do Brasil, levando o País à posição de segundo maior produtor dessa espécie.

Infelizmente, como ocorre com a maioria dos produtos de alto valor agregado, esse tipo de café é vendido principalmente para o mercado estrangeiro. A maior parte da produção segue para cafeterias de Tóquio, Londres, Los Angeles, São Francisco e outras cidades do mundo. No Espírito Santo, existe apenas uma casa especializada na capital, Vitória, e outras duas em Pedra Azul que o comercializam.
Da mesma forma que o Kopi Luwak, os grãos do Café do Jacu são colhidos das fezes da ave Jacu, que come os melhores frutos do cafeeiro, aqueles sem defeito e completamente maduros. 
O Jacu, descrito pela primeira vez em 1870, é uma espécie de ave grande, de topete pardo-avermelhado e faixa superciliar esbranquiçada contrastante com a sobrancelha negra, a qual se alonga em uma listra ao redor da região auricular e da garganta. Essas aves são encontradas geralmente em matas entremeadas de campos e matas secas do oeste de Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás e ao leste do Mato Grosso.


Civeta e Jacu, de ameaça a lucro


O surgimento desse café também tem muito a ver com o Kopi Luwak. Foi através do sucesso deste último no mundo que um produtor do Espírito Santo fez um teste com as fezes do Jacu. Segundo ele, o Jacu sempre foi considerado uma ameaça para o lucro dos cafeicultores, pois, em certos cafezais, eles chegavam a comer até 10% da produção. Mas o mundo dá voltas, e o Jacu, como a civeta, passou de vilão a herói.


O Café do Jacu é vendido atualmente por aproximadamente R$ 240 o quilo. Alguns provadores descrevem esse café como equilibrado, além de deixar um ótimo sabor na boca. A primeira produção ocorreu em 2006, porém poucos quilos foram obtidos. Já em 2008, a produção atingiu aproximadamente 150 quilos.

Café cuspido de macaco?
A civeta é um tipo de gato selvagem encontrado no sudeste asiático. Este animal, 
assim como o Jacu,  costumam comer os frutos mais maduro saborosos do  café.
Um terceiro tipo de café exótico que vem ganhando os holofotes do mundo é produzido na vila de Zhanghu, em Taiwan. Um pequeno cafeicultor percebeu que os macacos existentes na região eram grandes consumidores dos frutos mais saudáveis de suas produções. Entretanto, ao contrário de outros fazendeiros, que os consideram uma praga, o fazendeiro notou que os mesmos aproveitam o exterior suculento das frutas vermelhas e descartam os grãos, que causam indigestão. Assim, diferente do Kopi Luwak e do Café do Jacu, os grãos não são excretados, mas cuspidos.

Visitantes de várias partes de Taiwan e do mundo vão à vila de Zhanghu para apreciar o novo tipo de café. De acordo com o produtor e alguns apreciadores, esse café é mais doce e apresenta uma nota de baunilha em seu aroma. O preço é cerca de US$ 100 por quilo. ( da revista adega ).


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