sábado, 30 de abril de 2011

O mundo do vinho

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Entenda o resgate das caixas-pretas do voo AF447

Clique na imagem para ampliá-la

quinta-feira, 28 de abril de 2011

55 mil novos vírus surgem todos os dias

Os avanços digitais capacitaram a segurança de dados sigilosos, informações pessoais e confidenciais. No entanto, este mesmo avanço tornou possível uma onda de ciberataques e criações de vírus. A Netpartner produziu um infográfico exclusivo para ilustrar a constante presença destes ataques virtuais no ciberespaço. Confira aqui

terça-feira, 26 de abril de 2011

A história do mundo em 100 segundos


A History of the World in 100 Seconds from Gareth Lloyd on Vimeo.

Um ilustrativo levantamento realizado por Gareth Lloyd e Tom Martin mostra-nos em 100 segundos, o local e as datas de 14.238 acontecimentos históricos entre 499 aC e 2011 dC, como registrado na Wikipédia. No vídeo fica clara a centralização dos acontecimentos na Europa até o ano de 1700, quando então , a América passa a aparecer nas imagens ou seja, passaram-se mais de 1100 anos para algo de interessante acontecer fora da Europa e da Ásia. 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Instapaper, veja agora e leia depois

Instapaper, uma agradável ferramenta para as pessoas guardarem aqueles posts interessantes para ser lidos em outra ocasião. A instalação do aplicativo é feita de modo simples criando uma conta e arrastando o ícone para a barra de tarefas.

domingo, 24 de abril de 2011

Chernobyl, 25 anos depois



25 anos depois do pior desastre nuclear do mundo, o repórter da BBC Daniel Sandford visitou a usina de Chernobyl, na Ucrânia.
Ainda hoje, o acesso à zona de exclusão de 30 quilômetros em volta da usina é proibido, e o cenário é de abandono.
Devido ao risco da radiação, poucas equipes de jornalistas tem permissão para entrar. Os da BBC puderam entrar rapidamente na área contaminada usando roupas especiais e máscaras.
A radiação absorvida pela equipe foi monitorada. Os níveis estão mais baixos atualmente, mas dentro da sala do reator que derreteu, o perigo ainda é grande.
Centenas de funcionários trabalham na manutenção do abrigo para o reator onde ocorreu o desastre, mas eles podem ficar apenas duas semanas na região e, então, são substituídos.
Desastre de Chernobyl
O desastre no reator quatro de Chernobyl aconteceu em 26 de abril de 1986. Dezenas de pessoas morreram e outros milhares morreram de câncer - entre eles, soldados enviados para a operação de limpeza.
No dia do desastre, os funcionários da sala de controle do reator quatro sabiam que havia algo errado, mas não tinham percebido a grande explosão na sala principal, a dezenas de metros de onde estavam.
Atualmente a sala é um lugar escuro, empoeirado, onde ainda é possível ver as mesas e painéis abandonados.
Laurin Dodd, diretor do projeto para construir um abrigo em volta do antigo reator, conta que a situação não parece tão perigosa quando olhada de fora, mas, na sala central, ainda é possível ver grandes buracos.
Escudo anti-radiação
Existem planos ambiciosos e caros para construção de uma nova cobertura para o reator, que faria de Chernobyl um lugar seguro nos próximos cem anos, evitando mais contaminação em caso de desabamento.
Na cidade de Pripyat, próxima da usina, 50 mil pessoas fugiram depois do desastre. O lugar ainda está contaminado e abandonado.
Andrey Glukhov morava no local e, no dia do acidente, iria operar o reator quatro, mas seu turno foi mudado.
"Quando vejo a escola onde meus filhos ficavam, quando vejo os prédios onde meus amigos moravam - alguns deles não estão mais vivos -, é emocionante, é triste", diz Glukhov.
Ele ouviu a explosão de seu apartamento, mas ninguém sabia o quanto era sério. A população só foi retirada 36 horas depois.

sábado, 23 de abril de 2011

Microgeradores eólicos começam a ganhar mercado


Com o avanço das energias renováveis, grandes parques eólicos começam a surgir em diferentes pontos do mundo. E o desenvolvimento dessa tecnologia tem avançado consideravelmente.
 
Enquanto há 30 anos uma turbina eólica padrão era capaz de gerar entre 10 e 100 quilowatts-hora (kWh), hoje, turbinas na Europa, China e Estados Unidos chegam a gerar normalmente 5.000 kWh.
 
E o tamanho está ficando cada vez maior. O projeto europeu UpWind tem a ambição de desenvolver uma turbina gigante com capacidade de 20 mil kWh. A eletricidade gerada seria suficiente para abastecer de 15 mil a 20 mil residências.
 
Para que esses objetos colossais tenham o menor impacto possível sobre comunidades, muitos desses novos parques eólicos estão sendo instalados no mar. Tal operação exige também um grande esforço de engenharia, especialmente em se tratando de parquesoffshore.
 
Isso tem levado outros profissionais – também engajados em produzir energia sustentável – a olhar em direção completamente oposta. Eles estão pensando pequeno.
 
Mercado emergente
 
O benefício do uso de turbinas menores é a facilidade de implementá-las em maior número de lugares. Em certas situações, a chamada microgeração eólica é a forma mais barata de se ter acesso à energia. Pequenas turbinas de aproximadamente 10 a 100 kW podem ser acopladas a casas, escolas, instalações industriais e até barcos.
 
Esse recurso tem tido mais sucesso em países emergentes. "Sem comparação, a maior parte dessas turbinas eólicas estão localizadas na China, no momento", diz Stefan Gsänger, da Associação Mundial de Energia Eólica (WWEA).
 
A China lidera a construção e instalação de pequenas turbinas. Atualmente, 1,75 milhão de chineses recebem eletricidade em casa por meio dessa fonte geradora. No país, 8 milhões de pessoas vivem sem energia elétrica, e o mercado eólico está tentando preencher esse déficit, diz Chen Dechang, porta-voz da associação da indústria eólica na China.
 
Só no ano passado, cerca de 130 mil pequenas turbinas foram construídas na China, diz Dechang. Em regiões onde o vento é constante, distantes dos centros produtores de energia, a microgeração eólica oferece a opção mais acessível de eletricidade.
 
A tecnologia, de fato, é uma ferramenta que ajuda a reduzir a pobreza sem provocar o aumento dos gases do efeito estufa. Em todo o mundo, 1,5 bilhão de pessoas vivem sem eletricidade, muitas delas em comunidades rurais remotas, onde o acesso à rede nacional de energia é proibitivamente cara.
 
A conjuntura contribui para que a China se mantenha no topo do ranking: o custo da fabricação do equipamento é baixo e a busca por soluções energéticas é grande por parte de consumidores em regiões afastadas.

Mercado brasileiro
 
No Brasil, onde a geração de energia eólica ainda se desenvolve num ritmo tímido, as atividades estão concentradas na produção de médio e grande porte. Mas, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o setor está elaborando uma força-tarefa para se dedicar mais à microgeração.
 
Atualmente, apenas quatro empresas se concentram na fabricação de aerogeradores de pequeno porte com potência entre 250 Watts e 200 kW, afirma a entidade. "Temos ainda algumas universidades e novas empresas incubadas em centros de tecnologia desenvolvendo novos protótipos", acrescenta a ABEEólica. Um exemplo vem da Universidade de São Paulo (USP), que acaba de desenvolver um rotor 100% nacional para turbinas eólicas de 10 kW.
 
Em 2009, a produção de eletricidade a partir da fonte eólica no Brasil alcançou 1.238 GWh, o que representa um aumento de 4,7% em relação do ano anterior.
 
Do lado ocidental
 
Até mesmo nos países desenvolvidos – onde a desenvolvida infraestrutura de rede de distribuição enfraquece a competitividade das pequenas turbinas frente às primas gigantes –, o aumento dos custos e a pressão para independência energética estão impulsionando a indústria eólica.
 
Nos Estados Unidos, também é grande a produção das pequenas turbinas, que são exportadas ou vendidas no mercado interno. Segundo dados da Associação Americana de Energia Eólica (AWEA), o número de instalações desse tipo de turbina dobrou nos últimos três anos. A organização espera que, até 2015, esse número seja quadruplicado.
 
As tarifas
 
É fato que vários países europeus, mais notadamente a Alemanha, são pioneiros na questão da chamada tarifas feed-in, uma política de tarifa energética que estimula o investimento em energias renováveis. No entanto, as pequenas turbinas eólicas estão em desvantagem quando comparadas com as grandes, e não conseguiram ainda assegurar uma tarifa própria separada.
 
Uma mudança parece estar a caminho. O Reino Unido foi o primeiro país desenvolvido a fomentar, no ano passado, a energia gerada em pequenas turbinas com a implantação de tarifa feed-in.
 
Desde então, o governo britânico paga entre 17 e 38 centavos de euro para cada kWh de eletricidade gerado em instalações certificadas por turbinas pequenas. Esse pode ser um negócio promissor para uma região onde os ventos sopram com tanta frequência.
 
Em outras partes do mundo, a simpatia pela causa também está mudando. Na Dinamarca, um investimento numa pequena turbina eólica pode render ao proprietário de uma casa 28 centavos de euro por kWh.
 
Enquanto isso, associações do setor na Espanha, Portugal, Irlanda e Alemanha tentam convencer seus governos a criarem taxas similares para tarifas feed-in. A Associação Alemã de Energia Eólica espera que a administração federal pague entre 15 e 22 centavos de euro por kWh.
 
Condições
 
Especialistas acreditam que, uma vez que as tarifas tornem lucrativos os investimentos em pequenas turbinas, as condições para outro boom no setor de energias renováveis serão criadas. Naturalmente, os desafios ainda existem.
 
A indústria continua pequena e fragmentada quando comparada com a de turbinas gigantes. Há centenas de fabricantes no mundo todo, e a maioria não tem capacidade de produzir em escala industrial. Há problemas também de padrão, isso pode demonstrar que a indústria tenha que trabalhar mais para se consolidar, antes que ganhe mais evidência no setor de energia renovável.
 
Outra problemática reside na medição das condições precisas do vento. Como os pequenos consumidores não dispõem de um time de especialistas para verificar esse dado, proprietários de pequenas turbinas já se decepcionaram devido a erros de cálculo, que superestimaram as condições em prol de ventos fortes ( do Deutsche welle ).

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Onde a internet é mais usada e mais restrita

O número de pessoas com acesso à Internet mais que duplicounos últimos cinco anos para mais de dois bilhões. Muitos governos tem respondido com a regulamentação e a repressão, de acordo com um relatório publicado em 18 de abril pela Freedom House , que coloca o Brasil em uma posição confortável diante de outros países.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Aventureiros e suas aventuras no mundo

Viagens e aventuras que maracaram a imaginação humana para sempre é o resultado desse infográfico ( em inglês ) para ser curtido nos mínimos detalhes.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

sábado, 16 de abril de 2011

2 anos de Blog!!!

Hoje, o blog está completando 2 anos de vida. Já estamos chegando nas 400 mil páginas visitadas e mais de 2000 postagens foram publicadas. Agradecemos mais uma vez o carinho de todos e esperamos continuar com a audiência recebida. Para enaltecer esse post, publicamos abaixo um excelente trabalho com diversos infográficos que você poderá conferir  AQUI  e clicando nas imagens elas poderão ser visualizadas de forma ampliada.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Como são feitos os vinhos tintos e brancos

Uma curiosidade que pode deixar de existir ao ver esse interessante infográfico , que mostra como são produzidos e engarrafados os vinhos tintos e brancos ( ao abrir o infográfico, clique em tinto ou branco).

segunda-feira, 11 de abril de 2011

50 anos do primeiro voo espacial

See how the first human spaceflight actually occurred when the Soviet Union launched cosmonaut Yuri Gagarin on Vostok 1 on April 12, 1961 in this SPACE.com infographic.
Source SPACE.com: All about our solar system, outer space and exploration
Amanhã estará completando 50 anos do voo do cosmonauta russo Yuri Gagarin. Um marco nos avanços das pesquisas científicas espaciais. Além do infográfico acima, AQUI , você saberá mais sobre voo espaciais.

domingo, 10 de abril de 2011

A viagem do lixo no mar plastificado

Os mares do mundo foram invadidos por uma praga quase invisível, o lixo plástico, em boa parte arrastado das cidades pelo curso dos rios. Os resíduos não chegam a formar ilhas flutuantes, mas uma fina camada de fragmentos está presente em todo o percurso da expedição - 3,5 mil quilômetros entre o Rio de Janeiro e a ilha de Ascensão, uma possessão britânica...Continue lendo e veja em detalhes este excelente infográfico da National Geographic

sábado, 9 de abril de 2011

Metropol Parasol, uma das maiores estruturas de madeira do mundo

Estrutura é feita toda de peças de madeiras cobertas por uma fina camada de poliuretano

 Metropol Parasol, projeto de revitalização de uma das principais praças da cidade, a Plaza de La Encarnación. O projeto, do escritório alemão J. Mayer H. Architects, é considerado uma das maiores estruturas de madeira do mundo. O concurso para a revitalização da praça foi realizado em 2004.
Construção demorou aproximadamente seis anos
Toda a estrutura do local é feita de madeira coberta por uma fina camada de poliuretano. Inicialmente, o terreno seria transformado em um estacionamento, mas após descobertas arqueológicas no local, a prefeitura de Sevilha decidiu transformar o local em um centro cultural. O edifício abrigará um museu, uma praça elevada, um restaurante e observatórios no topo da estrutura.
Abaixo da estrutura, haverá uma praça coberta, visando a interação entre os moradores da região. Segundo os arquitetos, "o Metropol Parasol explora o potencial da Plaza de La Encarnación de se tornar o novo centro urbano de Sevilha". "A infraestrutura bem desenvolvida ajuda a praça a se ativar, tornando-a um destino atrativo para turistas e para moradores locais", relatam os arquitetos.
O edifício é formado por peças de madeira encaixadas umas nas outras. As peças deixam um espaço livre para a passagem do sol. Além disso, as cores neutras da estrutura contrastam com as cores fortes das construções da região ( do PiniWeb ).
Espaço deverá se tornar um destino atrativo na cidade de Sevilha
Vista aérea da Plaza de la Encarnacion durante a construção do Metropol


terça-feira, 5 de abril de 2011

A maior foto em ambiente fechado do mundo


Uma fotografia em 360 graus da biblioteca do mosteiro de Strahov, na cidade de Praga, República Tcheca, lançada na última quinta-feira (24/3), é a maior imagem já produzida em ambiente fechado do mundo. Composta por 2,9 mil fotos anexadas, a imagem possui 280,000 x 140,000 pixels de resolução e, ao todo, ocupa 280 Gb de espaço em disco.
A imagem foi composta pelo fotógrafo e criador do site 360 Cities, Jeffrey Martin, utilizando uma câmera Canon 550D. A biblioteca barroca tem cerca de 868 anos e fica dentro de um dos principais mosteiros da capital tcheca. Para produzir a fotografia, foram necessários cinco dias de imagens feitas pelo robô alemão GigaPanBot. Martin levou outras 111 horas para juntar todas as imagens (do olhar digital ).

Você pode conferir o resultado neste site

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Como uma degustação foi capaz de mudar o mapa da vitivinicultura mundial?

Reprodução da pintura do mestre flamengo, Peter Paul Rubens, representando Paris e as três deusas, que tentam seduzi-lo para ficar com a maçã dourada. Segundo a mitologia, foi a partir da escolha de Paris que teve início a Guerra de Troia
Para quem gosta de mitologia, o Julgamento de Paris representa o começo da Guerra de Troia. Diz a lenda que Paris, príncipe de Troia, teve a incumbência de escolher entre Hera, Atenas e Afrodite, qual era a deusa mais bela - que, assim, receberia a "maçã dourada" (dita maçã da discórdia). Cada uma delas usou de suas artimanhas para convencer o príncipe, que acabou por escolher Afrodite depois de ela lhe prometer o amor da mulher mais bela da terra, Helena de Esparta, esposa do rei Menelau. Assim começaria a narrativa da mais famosa guerra do mundo.
"Steven (Spurrier) certamente não quis causar uma guerra entre Estados Unidos e França. Ele só queria introduzir os vinhos californianos no país, que eram pouco conhecidos pelos entendidos", afirma George M. Taber, único jornalista presente no evento que viria a ser conhecido como "Julgamento de Paris". Mas foi a partir de um brevíssimo artigo escrito por esse "Homero" moderno e publicado na prestigiada norte-americana revista Time, na segunda- feira, 7 de junho de 1976, que se desencadeou uma das maiores revoluções da vitivinicultura mundial, com a quebra do paradigma em torno do sagrado terroir francês e de que somente ele era capaz de produzir vinhos de excelência.

Antes do Julgamento, o mundo do vinho estava dividido entre a França - que produzia os santos néctares consagrados universalmente - e o resto do planeta, que tentava copiar os franceses de alguma forma. E, segundo os próprios franceses e grande parte da crítica, sem sucesso. Assim, esse evento, de resultado totalmente inesperado, fez com que a inabalável crença da superioridade francesa ruísse e abrisse caminho para o que temos hoje, ou seja, vinhos de excelente qualidade produzidos em quase todos os terroirs do globo, vinhos que podem até competir em pé de igualdade com os ícones da França. Se não fosse pelo Julgamento, os vinhos do Novo Mundo ainda seriam vistos como de segunda linha.

Uma vitória improvável
A ideia de contrapor franceses e norte-americanos em degustação foi de Patricia Gallagher, então sócia de Spurrier - na época era apenas dono de uma loja de vinhos em Paris e de uma escola para cursos sobre esta bebida. Eles então queriam aproveitar como mote a celebração dos 200 anos da Independência dos Estados Unidos. Para preparar o evento, foram à Califórnia provar os vinhos pessoalmente. Muitos dos vitivinicultores não quiseram recebê-los. Vários ficaram aborrecidos com a "infeliz" ideia de "humilhar" os norte-americanos justamente no ano de seu bicentenário. Ou seja, nem eles acreditavam que seus vinhos poderiam fazer frente aos franceses.

"Planejei a degustação para chamar a atenção para a qualidade do vinho californiano. Teria ficado feliz com um segundo e quarto lugares, não esperava duas primeiras colocações! É importante deixar claro que minha ideia original não incluía uma degustação às cegas comparativa. O evento só tomou esse formato depois de eu perceber que apenas uma pessoa - Aubert de Villaine, que era casado com uma californiana - já havia provado os vinhos da região, e que o resto dos jurados veria esses vinhos de forma errada, como vindos de uma região ao norte do México. Então, a degustação às cegas foi o mais apropriado.

Jurados

Pierre Bréjoux- inspetor geral das AOC (Appellation d'Origine Contrôlée) francesas, que controla a produção dos principais vinhos do país.

Michel Dovaz- professor da Académie du Vin.

Claude Dubois-Millot-diretor de vendas do GaultMillau, guia de restaurantes, vinhos,hotéis etc na França

Odette Kahn- editora da Revue du Vin de France, a principal revista de vinhos do país 
Raymond Oliver- proprietário e chefe do Le Grand Véfour, um dos mais celebres restaurantes franceses, datando do século XVIII.
Pierre Tari- proprietário do Château Giscours e secretário geral da Associação dos Grands Crus Classés.
Christian Vannequé- sommelier do La Tour d'Argent, provavelmente o mais famoso restaurante de Paris.
Aubert de Villaine- co-proprietário do Domaine de La Romanée-Conti.
Jean-Claude Vrinat- proprietário do Taillevent, restaurante três estrelas de Paris.


Uma derrota histórica
Às 3h da tarde daquele fatídico 24 de maio de 1976, nove jurados de renome (ver tabela) se reuniram no Hotel InterContinental para avaliar Chardonnays e Cabernet Sauvignons. Não imaginavam que a hegemonia do vinho francês estava "ameaçada". Assim que foram servidos os brancos, logo uma pequena confusão se instalou, com alguns degustadores confundindo vinhos californianos com franceses e vice-versa. O resultado: Chateau Montelena em primeiro lugar. Mais do que isso, dos cinco primeiros lugares, três eram norte-americanos. Mais do que isso ainda, nenhum dos jurados deu o primeiro lugar a um francês, todos fi caram entre Montelena (seis dos nove) e Chalone (três).

Aí começava a ruir o trono da França. "Alguns jurados já tinham tido contato com os vinhos da Califórnia, mas a maioria não. Talvez por não estarem familiarizados, eles pensaram que seria como os vinhos da Argélia ou de outros lugares quentes; rude e não muito sofisticado. Eles subestimaram a qualidade das bebidas californianas", atesta Taber, único jornalista a comparecer. "Se o vinho fosse bom, todos pensavam que era francês. Montelena e Stag's Leap também tinham um estilo mais ou menos parecido com os da França", lembra Spurrier.

Para Bo Barret, enólogo chefe de Montelena, filho de Jim Barret, proprietário da vinícola, "o truque era se ocultar, apenas fazer um bom vinho com pureza, sabores pungentes e ótimo equilíbrio. Você precisa lembrar que a ideia da degustação não era dizer quais vinhos eram da Califórnia ou da França. O objetivo era escolher o mais saboroso"
Quando o resultado do flight de brancos foi anunciado por Spurrier, surpresa geral. Assim que os tintos foram servidos, a coisa ficou mais séria. Os comentários mais sisudos. As caras mais fechadas. Depois de dadas as notas, o resultado novamente foi uma vitória californiana, com o Cabernet da Stag's Leap. Porém, dessa vez, a pontuação foi mais apertada e o Stag's Leap só foi o favorito de um dos jurados. Sendo o Haut-Brion o preferido de três. Mayacamas e Ridge Monte Bello também estiveram no topo da lista de dois degustadores (veja tabela de resultados).


"Não esperava que o Julgamento fosse tão importante, mas ele se mostrou um divisor de águas na história do vinho"

O início da revolução

Assim que o evento acabou, alguns se revoltaram. "Se não houvesse um jornalista na degustação seria muito mais fácil para qualquer um negar que aquilo de fato ocorreu, ou que ocorreu de outra maneira.

Tive sorte de ser esse jornalista, de estar em Paris durante o Julgamento. Nunca imaginei que o evento fosse ter o impacto que teve. Não posso alegar que sabia disso antes de a degustação começar ou até mesmo imediatamente após seu final. A força disso tudo só ficou clara depois de algum tempo", conta Taber, hoje aos 68 anos, e que no dia seguinte ao evento completou 34.

Caso o editor da Time em Nova York não tivesse gostado da história, o mundo do vinho permaneceria o mesmo. Contudo, dias depois, lá estava a história curtíssima, sem qualquer destaque, publicada na revista (cuja capa tratava de problemas no exército norte-americano) com o nome de Julgamento de Paris. Poucos seriam capazes de prever o que poucas linhas de texto causariam na vitivinicultura mundial. Subitamente, os vinhos de Montelena desapareceram das prateleiras norte-americanas, mas isso seria apenas a reação inicial de uma revolução que estava prestes a se desenrolar. "Não esperava que o resultado do Julgamento fosse tão importante, mas ele se mostrou um divisor de águas na história do vinho", afirma Spurrier. "Recebi muita reação das pessoas na Europa. Na semana seguinte, estava em Bruxelas para outra pauta, e lembro de muita gente perguntando sobre isso. Aquilo foi fora do comum. Para os editores e para mim, era apenas mais uma história. Ninguém, especialmente eu, percebeu naquele momento que aquilo se tornaria um evento histórico", acrescenta Taber.


Acima, a capa da Time em que saiu o artigo de Taber - de uma única página e sem assinatura do autor. O artigo foi curto e sem grande destaque na edição, porém foi o que bastou para causar uma revolução no mundo do vinho. Ao lado, a garrafa do Cabernet da Stag's Leap, que superou, entre outros, dois Premiers Grand Cru de Bordeaux, como Mouton Rothschild e Haut-Brion, ambos da aclamada safra de 1970
Segundo as palavras do jornalista, no dia anterior à degustação, a França estava no pedestal e enólogos de outras áreas tinham ambições modestas. "No dia seguinte, as coisas começaram a mudar." A repercussão do evento foi tamanha que pôs em xeque o reinado francês quando se tratava de vinhos de alta gama. Naquela época, ninguém duvidava que era possível fazer bons vinhos correntes em países fora da Europa. Contudo, o ideal e a mítica do vinho francês eram tamanhos que poucos se julgavam capazes de desafiá-los quando o assunto eram vinhos de excelência. O "sagrado" terroir francês era inquestionável.


Sem querer, a Califórnia - cuja indústria vinícola na década de 1970 ainda era muito incipiente, apesar dos grandes progressos feitos no Napa Valley, especialmente com a implantação das técnicas e pesquisas da Universidade da Califórnia Davis (UC Davis) - se meteu numa "guerra" que teve um resultado inesperado e marcante.


A partir dessa data, o mundo abriu os olhos para todos os países produtores de vinho como potenciais terroirs para produzir vinhos top. "A degustação encorajou os produtores de todos os cantos a fazer vinhos melhores. Os vinicultores diziam que se a Califórnia conseguia produzir vinhos de qualidade superior aos da França, então eles também poderiam, desde que adotassem procedimentos similares aos dos dois países", garante Taber.

Para Taber, outro benefício direto do Julgamento foi a "melhora impressionante na qualidade dos vinhos mais baratos. Antigamente, os vinhos comuns não eram muito bons". Já Spurrier aponta que "a importância do Julgamento está no fato de essas degustações de 'vinhos desconhecidos contra vinhos famosos' serem totalmente aceitas agora. As degustações mostraram que, para agregar reconhecimento a um produto, ele tem que ir contra os valores de referência".

Campeão do Chardonnay queria ser campeão do Cabernet? Segundo Bo Barret, do Chateau Montelena, ter vencido entre os Chardonnays no Julgamento de Paris não mudou a mentalidade da vinícola, que, na verdade, queria era se tornar referência entre os Cabernet Sauvignons do mundo. "O sucesso de nosso Chardonnay não mudou nossa determinação e nossos planos de fazer um Cabernet Sauvignon de nível mundial. É possível que, dado o sucesso de nosso Cabernet, que é independente do Julgamento de Paris, Montelena talvez fosse um 'Premier Cru' californiano, produzindo somente Cabernets, similar aos Châteaux de Bordeaux. Não foi exclusivamente o Julgamento que nos alçou à posição que estamos hoje. Em 2005, Montelena era muito mais conhecido e respeitado por seus tintos, que dominavam aqui desde 1978, e que significam cerca de 60 a 75% da produção atual. Então, não é de se estranhar que digamos que há uma probabilidade razoável de que olhemos da mesma maneira para o sucesso dos nossos tintos", revela o enólogo norte-americano.

Depois do Julgamento, todas as grandes companhias passaram a olhar para o mundo todo como sendo um grande campo de cultivo


Mundo aberto para o vinho
"A indústria de vinhos norte-americana, mais exatamente a da Califórnia, desenvolveu um estilo próprio. Na época do Julgamento, os norte-americanos estavam tentando 'copiar' o estilo francês, e o fizeram muito bem", afirma Taber. E isso é confirmado com o que teria dito Joe Heitz, proprietário da Heitz Cellars na época quando Spurrier veio selecionar seu vinho: "Meursault Charmes é o vinho favorito da minha esposa, e é o que tento fazer aqui".

Segundo o jornalista, mais tarde, influenciados pelo estilo de vinho que Robert Parker gosta, os vinicultores norte-americanos começaram a produzir vinhos mais ousados. "Não é todo mundo que gosta desse estilo, mas é diferente", diz Taber. Já Spurrier aponta que um dos prejuízos do Julgamento foi exatamente a falta de expressão dos vinhos de alguns produtores. "O sucesso dos vinhos da Califórnia subiu na cabeça dos produtores e fez com que os preços subissem muito, e, na maioria das vezes, eles não valem tudo isso. Esses vinhos e de muitos outros países do Novo Mundo, são feitos para impressionar, ao invés de 'expressar', e essa abordagem é completamente equivocada", lamenta o crítico britânico.

No entanto, assim que a poeira baixou, os franceses começaram a aceitar melhor a redistribuição do mapa mundi dos vinhos e olhar para o que estava sendo feito ao redor do planeta. "Depois de a confusão ter acabado, a nova geração de produtores de vinho foi para a Califórnia para ver o que estava acontecendo, e o resultado disso foi uma certa descrença nos hábitos do passado", anota Spurrier. "O Julgamento abriu os olhos dos produtores europeus. Depois dele, inúmeras vinícolas francesas começaram a enviar gente aos Estados Unidos para ver o que acontecia lá. A consequência mais importante do Julgamento foi o Opus One, joint venture formada pelos Rothschild e Mondavi. Todas as grandes companhias internacionais passaram a olhar para o mundo todo como sendo um grande campo para se plantar", afirma Taber.


O Julgamento enfraqueceu o mito dos vinhos franceses mas, ao mesmo tempo, trouxe mais consumidores para o mundo do vinho


30 anos depois, Spurrier refez a degustação do Julgamento e o Ridge Monte Bello venceu, provando a longevidade dos vinhos do Novo Mundo
Ideal francês está morto?
Ninguém duvida da força que o Julgamento de Paris teve na vitivinicultura mundial. Tanto que, a partir daí, produtores do mundo todo começaram a pôr à prova seus vinhos. Em 2004, por exemplo, Eduardo Chadwick, da Viña Errazuriz, no Chile, resolveu promover a "Degustação de Berlim", em que opôs seis vinhos chilenos com grandes vinhos franceses e italianos. Diante de uma plateia atônita, Chadwick viu dois de seus vinhos vencerem a prova.

Dois anos depois, em 2006, foi a vez de Spurrier repetir a prova que havia feito 30 anos antes. "Refizemos o Julgamento simultaneamente em Londres e no Napa Valley. Os mesmos 10 vinhos tintos foram provados por nove degustadores (Christian Vannequé e Michel Dovaz, dois dos jurados originais de 1976 estavam no Napa e em Londres, respectivamente). E os vinhos da Califórnia ficaram com as cinco primeiras colocações", lembra consultor editorial da revista inglesa Decanter.

Na ocasião, os mesmos tintos, das mesmas safras da prova de 1976 foram degustados e, desta vez, venceu o Ridge Monte Bello 1971. Spurrier fez esta "contraprova" para tentar calar os críticos que o acusavam de comparar "maçãs com laranjas" e garantiam que, em 1976, os vinhos franceses ainda não demonstravam todo o potencial que poderiam e que os californianos não aguentariam a prova do tempo. "Se você comparar vinhos da mesma variedade e das mesma safra, tudo o que está isolando é o terroir e o processo de produção. Portanto, a comparação é totalmente válida", garante o britânico.

Ele, porém, não acredita que os vinhos franceses tenham deixado de ser um referencial de qualidade para o resto do mundo: "A meu ver, a França ainda é referência nos vinhos do Novo Mundo. O ideal dos vinhos franceses ainda está longe de estar morto", afirma. Ponto de vista compartilhado por Taber, que diz: "O vinho francês ainda está entre os melhores do mundo, mas a França não é mais considerada o único local onde se faz excelentes vinhos. A Itália e a Espanha produzem ótimos vinhos. O Novo Mundo está produzindo vinhos marcantes. Isso não acontecia na década de 1970. Lá, era a França que produzia boas bebidas".

E Taber finaliza defendendo o Julgamento mais uma vez: "Acredito que esse evento tenha sido benéfico para todo o mundo do vinho. Ele pode ter enfraquecido o mito dos vinhos franceses e tê-los tirado de seu trono, mas, ao mesmo tempo, trouxe mais consumidores para esse mundo, fato que beneficiou a todos, inclusive os franceses" ( da revista Adega ).

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