Os conservacionistas estão descobrindo que a melhor maneira de preservar o meio ambiente é entender as necessidades das comunidades locais. Foi isso que a pesquisadora americana Melissa Remis, da Universidade Purdue, descobriu ao trabalhar com uma comunidade da República Centro-Africana. A população de 5 mil pessoas da reserva florestal Dzanga-Sangha estava se alimentando da carne dos gorilas, ameaçados de extinção. Mas como pedir que as pessoas parassem de caçar os animais se elas estavam passando fome?A solução veio com uma descoberta ao acaso, proporcionada pela exploração econômica da floresta. O grupo de pesquisadores que trabalhava no local percebeu que a retirada de algumas árvores (técnica conhecida como manejo) permitia que mais luz entrasse na floresta. A iluminação favorecia o crescimento de um tipo de arbusto que servia como alimento para uma espécie de antílope, a fonte original de proteínas da população local. Eles só haviam começado a caçar gorilas por causa da escassez de antílopes. “Esse é um exemplo de como a atividade madereira controlada pode ajudar”, afirma Melissa. “É uma mostra da importância de biólogos e antropólogos trabalharem juntos.” (do blog do planeta)