Em 2010, morreram mais pessoas
em acidentes aéreos do que no ano anterior: foram 829 mortes contra as 766
registradas em 2009. No entanto, nenhum desses casos envolveu alguma das 60
maiores companhias aéreas do mundo.
Todos os anos, os dados são
compilados e publicados pelo Jet Airliner Crash Data Evaluation Center, Jacdec,
órgão com base em Hamburgo, Alemanha, que reúne informações relacionadas à
segurança do setor. O ranking, obtido pela Deutsche Weller considera o número de
passageiros transportados por quilômetro, analisa os últimos 30 anos da aviação
civil.
De baixo para cima
A brasileira TAM aparece em
último lugar da lista, o mesmo posto de 2009. Segundo o registro da Jacdec, a
empresa já registrou seis acidentes desde a sua criação, em 1980, que custaram a
vida de 336 passageiros.
Questionada pela Deutsche Welle sobre a má posição no ranking, a TAM
ressaltou sua preocupação em seguir os altos padrões de segurança do mundo,
"atendendo rigorosamente os regulamentos das autoridades brasileiras e
internacionais".
Além disso, lembrou que em janeiro de 2010 a TAM renovou a certificação IOSA
(IATA Operational Safety Audit), que é o sistema independente de avaliação "mais
completo e aceito internacionalmente em segurança operacional", destinado a
avaliar os sistemas de gestão e controles operacionais de companhias aéreas.
Outra companhia aérea do
Brasil entre os últimos colocados é a Gol, fundada em 2001. Em 2009, a empresa
era a penúltima colocada, e na edição atual subiu uma posição, trocando de lugar
com a China Airlines. Também a Saudi Arabian e a Garuda Indonesia estão
classificadas entre as cinco últimas.
Feito notável
O destaque do ranking de 2010
vai para sete companhias que nos últimos 30 anos não registraram acidentes
graves, que tenham envolvido a perda de aeronaves ou mortes. Entre elas estão a
alemã Air Berlin, fundada em 1979, a finlandesa Finnair, de 1923, e a portuguesa
TAP, de 1946.
A australiana Qantas, a Air
New Zealand, a Cathay Pacific (Hong Kong) e a japonesa All Nipon também compõem
o seleto grupo. O incidente registrado em 2010 com o Airbus A380 da Qantas, no
entanto, não tirou pontos da empresa porque o avião não sofreu perda total. Na
ocasião, aeronave teve que fazer um pouso forçado em Cingapura depois da
explosão, em pleno voo, de uma de suas turbinas.
A gigante Emirates obteve
também a nota máxima no ranking da Jacdec, ficando em 9º. No entanto, a
companhia dos Emirados Árabes ainda não completou 30 anos – foi fundada em 1985.
A Lufthansa, maior empresa
alemã do setor e segunda maior do mundo em números de passageiros transportados
por quilômetro (atrás da Emirates) caiu uma posição, para o 21º lugar. O último
acidente aéreo da Lufthansa foi em 1993, com um A320 em Varsóvia, devido ao mau
tempo, com duas mortes.
Mudanças no ranking
Esta é a primeira vez que a
Air New Zealand, fundada em 1940, figura entre as primeiras da lista (3ª). O
acidente mais grave da companhia, registrado há mais de 30 anos, não é mais
considerado na avaliação. Em novembro de 1979, um DC-10 colidiu na Antártica e
causou a morte de 257 pessoas.
Entre as grandes companhias
europeias, a British Airways está em 20º lugar, a holandesa KLM aparece em 23º,
a Swiss é 29ª, a Alitália está em 37º, a Air France, em 41º, a Iberia, em 47º,
e a Scandinavian Airlines, em 48º ( Deutsche Weller ).