quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A primeira feira de arte virtual

Vendedores e compradores de arte e antiquários passam o ano viajando ao redor do mundo tendo como destino as principais feiras internacionais. Mas a ideia de um casal de comerciantes de arte de Nova York promete revolucionar a forma de se fazer negócios nesse setor daqui para frente: no próximo dia 22, será inaugurada a VIP Art Fair, a primeira feira de arte virtual.
O evento, que será realizado exclusivamente online e durará uma semana, promete reduzir drasticamente os custos para os compradores e vendedores de arte contemporânea. A VIP Art Fair foi criada por James e Jane Cohan, que se uniram a dois empresários de internet há três anos, quando o mercado de arte estava prestes a ser atingido pela recessão.
Na última contagem, 138 galerias de 30 países já tinham assinado contrato com o evento. Elas variam de lojas já estabelecidas, como a White Cube de Londres e a David Zwirner de Nova York, até relativas novatas, como a i8 de Reykjavik. Os proprietários das galerias podem escolher entre três tamanhos de estandes virtuais para seus produtos, por cerca de um quinto do preço das tarifas cobradas em uma feira de arte tradicional. A navegação simples é gratuita, mas os visitantes têm de pagar para ter acesso a um sistema de mensagens instantâneas, às listas de preços e às salas particulares dos negociantes.

Após o login, o visitante poderá ir a um átrio e visualizar um mapa da exposição com os nomes das galerias participantes. Um clique sobre o nome levará o usuário ao estande, onde fotos poderão ser ampliadas e vistas de diferentes ângulos e distâncias — uma vantagem em relação a um catálogo impresso.
A feira terá ainda três “salas de exposição”. Artistas top como Damien Hirst e Takashi Murakami serão agrupados na sala Premier, enquanto a Focus abrigará galerias que mostrarão oito obras por artista selecionado. Já a sala Emerging vai expor trabalhos de iniciantes.

Objetivo é atrair compradores

Comerciantes e casas de leilão têm abordado a internet com cautela. A Christie’s, uma das duas grandes leiloeiras internacionais de belas-artes, lançou, em 2006, o LIVE, um sistema de licitação online. A Sotheby’s, sua principal rival, lançou o BidNow só no ano passado, após o fracasso das duas primeiras incursões em leilões online em parceria com as gigantes da tecnologia Amazon e eBay, no início da última década.

Em 2010, a Christie’s vendeu pela internet cerca de US$ 114 milhões em arte e antiguidades, o que correspondeu a 16% de seus lotes. No entanto, a quantia representou apenas 3% das vendas totais. Os clientes da Christie’s costumam comprar online itens como relógios, vinhos e jóias. No entanto, com ofertas mais caras — pinturas, esculturas e antiguidades —, os leilões ainda se fazem como antigamente: por telefone ou pessoalmente.
A vantagem real da oferta digital da Christie’s é que ela atrai novos clientes: mais da metade dos compradores online do ano passado nunca tinham se registrado antes para um leilão da empresa. Atrair novos clientes é também a principal razão pela qual os negociantes de arte se inscreveram para a VIP Art Fair. Eles esperam visitantes que queiram, principalmente, reunir informações sobre as ofertas e manter contato por telefonemas. Por razões de privacidade, nenhuma venda será realizada no site do evento. “Nossas expectativas para as vendas reais durante a feira de arte são modestas”, declarou Jane Cohan.

O diretor de mídia digital da Christie’s, Michael O’Neal, acredita que o sucesso da nova feira vai depender se ela será capaz de construir uma marca e se os participantes conseguirão, posteriormente, fazer vendas reais para os visitantes. Como vantagem, a VIP Art Fair tem algo que as feiras tradicionais não podem oferecer: a exposição de enormes esculturas ao ar livre e de outras obras que não podem ser movidas facilmente ( do opinião e notícia ).

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