Se você sempre sonhou em dar uma volta no avião invisível da Mulher-Maravilha, saiba que, nos próximos anos, isso pode não soar tão descabido quanto parece hoje. Fabricantes de aeronaves e de componentes eletrônicos estão intensificando os esforços para modernizar o sistema de aviação mundial e transformar em realidade tecnologias que, até agora, pareciam coisa da ficção científica. Apresentados em Paris, na semana passada, os projetos vão desde a criação de aeronaves transparentes para a aviação civil até sistemas de monitoramento que permitem a pilotos de caça identificar em solo tropas amigas e inimigas.
Entre as iniciativas de maior repercussão está o projeto da Airbus para criar aviões com fuselagem transparente. A companhia está desenvolvendo modelos com material mais leve, que exigem menos consumo de combustível. Nos painéis internos da aeronave, a Airbus pretende empregar material capaz de reter o calor que é liberado pelo corpo humano para usar essa energia na iluminação interna do avião. O projeto é o que há de mais próximo do avião invisível da super-heroína, mas ainda permanece um sonho distante do consumidor: as primeiras aeronaves só devem chegar ao mercado em 2050.
Na feira anual Paris Air Show, o conceito predominante sobre as aeronaves do futuro foi o de aviões menores, mas com mais espaço para os passageiros e econômicos do ponto de vista energético. Esse último foi um ponto unânime entre os fabricantes: reduzir o consumo de energia e, consequentemente, as emissões de gases de efeito estufa.
A Honeywell fez uma demonstração do seu Honeywell Green Jet Fuel, combustível feito com 85% de querosene de aviação e 15% de biodiesel. A empresa espera a aprovação pelo governo americano para lançar a mistura comercialmente em julho. Internamente, a companhia também desenvolve uma mistura 50/50, que reduziria as emissões de gases de efeito estufa em 66%.
Em outra frente, a Honeywell assinou um memorando com a Safran para desenvolver um motor elétrico para uso no taxiamento nos aeroportos, que proporcionaria uma economia de combustível de 4% para as empresas aéreas. O protótipo tem lançamento previsto em 2013 e os motores chegariam ao mercado em 2016.
Nos Estados Unidos, um consórcio de empresas investiu em um fundo para pesquisas com o objetivo de desenvolver equipamentos e componentes que possibilitem a redução do consumo de combustível. A expectativa do fundo, conhecido como NextGen, é reduzir o consumo de combustível em 3 bilhões de galões até 2026, gerando uma economia de US$ 29 bilhões ao ano.
Os investimentos em inovação vão além do design dos aviões e das preocupações com a economia de energia. Componentes mais eficientes também são alvo de pesquisas que congregam estudiosos de vários países. Um grupo de 20 instituições europeias, que incluem a francesa Thales, desenvolve atualmente um componente para reduzir a temperatura dos chips usados em aeronaves.
Na feira anual Paris Air Show, o conceito predominante sobre as aeronaves do futuro foi o de aviões menores, mas com mais espaço para os passageiros e econômicos do ponto de vista energético. Esse último foi um ponto unânime entre os fabricantes: reduzir o consumo de energia e, consequentemente, as emissões de gases de efeito estufa.
A Honeywell fez uma demonstração do seu Honeywell Green Jet Fuel, combustível feito com 85% de querosene de aviação e 15% de biodiesel. A empresa espera a aprovação pelo governo americano para lançar a mistura comercialmente em julho. Internamente, a companhia também desenvolve uma mistura 50/50, que reduziria as emissões de gases de efeito estufa em 66%.
Em outra frente, a Honeywell assinou um memorando com a Safran para desenvolver um motor elétrico para uso no taxiamento nos aeroportos, que proporcionaria uma economia de combustível de 4% para as empresas aéreas. O protótipo tem lançamento previsto em 2013 e os motores chegariam ao mercado em 2016.
Nos Estados Unidos, um consórcio de empresas investiu em um fundo para pesquisas com o objetivo de desenvolver equipamentos e componentes que possibilitem a redução do consumo de combustível. A expectativa do fundo, conhecido como NextGen, é reduzir o consumo de combustível em 3 bilhões de galões até 2026, gerando uma economia de US$ 29 bilhões ao ano.
Os investimentos em inovação vão além do design dos aviões e das preocupações com a economia de energia. Componentes mais eficientes também são alvo de pesquisas que congregam estudiosos de vários países. Um grupo de 20 instituições europeias, que incluem a francesa Thales, desenvolve atualmente um componente para reduzir a temperatura dos chips usados em aeronaves.
Os pesquisadores desenvolveram uma espécie de placa, feita com nanotubos de carbono, que filtram e dissipam o calor do chip. Os semicondutores têm seu desempenho alterado pelo calor. A cada um grau centígrado de redução da temperatura, o desempenho do chip aumenta 10%. Até agora, os pesquisadores conseguiram reduzir a temperatura do chip em cinco graus centígrados, com um aumento no desempenho dos chips de 50%. De acordo com os pesquisadores, a mesma tecnologia pode ser adotada em chips de notebooks e outros eletroeletrônicos no futuro.
Na área de segurança, a Thales desenvolve em parceria com a empresa Theresis um algoritmo capaz de identificar pessoas e objetos com base no calor que emitem. O software pode ser integrado a uma série de câmeras, que identificam uma pessoa ou um objeto em movimento automaticamente, e o segue enquanto estiver ao alcance das câmeras. O próximo passo será incluir no algoritmo uma classificação de gestos suspeitos. O objetivo é que o sistema de vigilância, sem o olho humano, seja capaz de identificar, por exemplo, um arrombamento, e fornecer à polícia a localização exata do bandido. A previsão da empresa é que a tecnologia esteja disponível no próximo ano.
A Thales também desenvolve uma arquitetura de software - a definição dos componentes de um sistema - para integrar satélites, radares, veículos e centros de informação por meio de um software que mostra em uma única tela todo o fluxo de dados. Se ocorre um problema na transmissão de dados de um veículo, por exemplo, o software mostra na tela todos os equipamentos que estão com problema. "Esse sistema permitirá detectar e resolver problemas com muito mais rapidez", diz o diretor comercial e de desenvolvimento de negócios e propriedade intelectual da Thales, Philippe Klinge. O protótipo, hoje, é capaz de monitorar cerca de mil equipamentos, mas a expectativa é elevar esse número para 10 mil até o fim do ano, antes do seu lançamento comercial.
Também na área de defesa, a Thales desenvolveu uma série de sistemas para vigilância de fronteiras. Com uso de satélites e radares, esses softwares são capazes de identificar objetos que se movimentam no ar, em solo ou na água. Com base na radiofrequência do objeto, os programas identificam desde um celular até um navio ou avião. "O usuário define o tipo de frequência que planeja monitorar. É um sistema bastante eficaz para controle de fronteiras", afirma o diretor de desenvolvimento de negócios de defesa da companhia, Dominique Attali ( do Valor Econômico ).