quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Trocando arcos e flechas pelo ativismo digital

Quando o cacique Almir Surui acessou o Google Earth pela primeira vez, em um cibercafé, fez aquilo que quase todos fazemos: procurou sua própria casa. No caso, a reserva indígena 7 de Setembro, que ocupa cerca de 250 mil hectares entre os Estados de Rondônia e Mato Grosso; é lá onde vive a tribo que lidera, os Pater Surui. Espantou-se, de cara, com o que via na tela. Onde foram parar todas as árvores?

Apesar de já há anos lutar contra as madeireiras ilegais da região, a visão de cima o chocou. Só via a mancha marrom do desmatamento, que, no ano passado, comeu da Amazônia o equivalente à metade do território do Estado de Sergipe.

Com o susto, porém, veio a ideia. “Senti que estava em um mundo novo, que podia transmitir a consciência do meu povo para todos. Aquela tecnologia, que leva você de um canto para outro sem sair do lugar, reduzia dias de caminhada a apenas alguns segundos. Era algo diferente. Fazia sonhar e planejar ações”, conta o cacique, fascinado, em entrevista ao Link.

E Almir sonhou alto, mesmo. Depois de se articular com a ONG Equipe de Conservação da Amazônia (ACT), decidiu que iria para São Francisco, nos Estados Unidos, e procuraria o Google. Queria mostrar ao mundo, por meio da web, o descaso do poder público com a preservação das terras indígenas e da Amazônia. E não é que a empresa comprou o projeto?

DA IDADE DA PEDRA AO 2.0


Com a parceria com o Google Earth Outreach, a divisão filantrópica da companhia, os surui receberam computadores, smartphones (equipados com o sistema Android) e aparelhos de GPS para que pudessem, eles mesmos, colocar os seus costumes no mapa. A ideia é que, assim que identificarem um foco de retirada ilegal de madeira na região, os índios já subam fotos e vídeos no YouTube que serão agregados ao Google Earth e ficarão disponíveis para que todos acompanhem.

“Os mapas online também permitem que se conheça melhor o território indígena, com marcadores com informações sobre quais os lugares em que os surui caçam, pescam e seus pontos sagrados. Isso é importante para a preservação da tradição”, defende Vasco van Roosmalen, diretor da ACT Brasil.

“A parceria serviu para que os surui usassem a tecnologia para dar visibilidade a seus problemas e para monitorar o que acontecia em seu território”, explica o cacique Almir, que, na semana passada, foi homenageado pelo projeto Google Earth Heroes, que incentiva organizações que usam a ferramenta para o ativismo socioambiental.

Para a cineasta Denise Zmekhol, o Google Earth é uma “ferramenta poderosa” para esse tipo de grupo, pois “as pessoas só entendem a gravidade do desmatamento quando o veem de cima”. Autora do minidocumentário Trocando Arcos e Flechas por Laptops (disponível no YouTube), que retrata a saga dos índios com o Google, Denise diz que a transição tecnológica é radical para os surui. “A tribo saiu da idade da pedra e deu no mundo digital em 40 anos”, brinca, já que o primeiro contato deles com o homem branco data de 1969.

Se o sociólogo Marshal McLuhan profetizava, nos mesmos anos 60, que a tecnologia reduziria distâncias e interligaria pessoas com interesses semelhantes, esse conceito parece ter se concretizado apenas no novo milênio. Com a web, o mundo virou mesmo uma enorme aldeia, da qual até uma tribo, antes isolada, faz parte. (oesp).

Em tempo, foram os índios matises que localizaram o avião C-98 Caravan da FAB, que havia caído por volta das 9h30 de quinta-feira no Igarapé Jacuratá. Os matises informaram por rádio à Funai que haviam localizado o avião, com nove sobreviventes.

Derretimento de neve no Kilimanjaro

Ernest Hemingway, Ava Gardner e Gregory Peck perderam a vez para as mudanças climáticas globais. Se fosse hoje, As neves do Kilimanjaro, conto escrito em 1936 pelo autor norte-americano que virou um dos maiores sucessos de bilheteria nos cinemas em 1952, teria, no mínimo, que mudar o título.

O motivo é que as famosas neves no maior monte da África, com 5,8 mil metros, que sempre pareceram eternas, estão desaparecendo. Segundo um estudo que será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da Proceedings of the National Academy of Sciences, o gelo no topo poderá desaparecer completamente nas próximas duas décadas.
Lonnie Thompson, da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, e colegas apontam que as temperaturas mais elevadas, em conjunto com as condições mais secas e com menos nuvens, estão contribuindo para a sublimação e o derretimento do gelo no alto da montanha na Tanzânia.
Os pesquisadores combinaram medidas da área congelada obtidas a partir de fotografias aéreas com dados sobre alterações na espessura do manto para determinar em que velocidade o gelo está sumindo.
Segundo eles, a área total coberta pelo gelo encolheu cerca de 85% entre 1912 e 2007. Se as condições climáticas atuais persistirem, o gelo poderá desaparecer em 2022 ou, no melhor dos cenários, em 2033.
Os autores do estudo destacam que embora as neves do Kilimanjaro tenham sobrevivido por 11.700 anos, incluindo secas históricas e alterações climáticas, sem ações de mitigação eficazes as condições atuais poderão não apenas eliminar o gelo na montanha, mas também promover um significativo impacto na vida das comunidades locais na África.
O artigo Glacier loss on Kilimanjaro continues unabated, de Lonnie Thompson e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em http://www.pnas.org/  (fapesp)

A Geração Net chega ao Mercado de Trabalho

A Geração Net conquista a maioridade e se apresenta ao mercado de trabalho com credenciais, formação acadêmica, cultura, valores e filosofia de vida diferenciados. Para o consultor e presidente da Gutemberg Consultores, nada se assemelha aos valores das Gerações Baby Boom (1946-1964) e Geração X (1965-1997). "Ela é totalmente diferente da geração de seus pais. É a primeira vez que se fala de uma geração sujeita aos costumes globais", afirma.

Segundo o consultor, a Geração Net se destaca por honrosas virtudes, mas tem seus pecados mortais. "Por exemplo, eles amam customizar, personalizar, mas ficam grudados na tela, são viciados na Internet, perderam sua habilidade social e não têm tempo para esportes e atividades saudáveis; eles buscam integridade e transparência corporativa, mas por serem muito protegidos pelos pais, estão soltos no mundo, com medo de escolherem seus caminhos; querem entretenimento e prazer no trabalho, na escola e na vida social, mas roubam e violam direitos de propriedade intelectual; eles são inovadores, mas não têm ética de trabalho e serão maus funcionários", esclarece.

Gutemberg acredita que, para essa nova realidade, contribuiu a tecnologia da informação e da comunicação sem fronteiras com todos os seus braços - satélite, TV, computador, celular, Internet, entre várias outras ferramentas que transformam o planeta numa gigante aldeia global.

O consultor acredita de início a Geração Net poderá se deparar com inúmeras barreiras para ingressar no mercado de trabalho, como:

§ A falta de oportunidade para os jovens entre 17 e 24 anos e o descompasso em preparar os jovens para a nova realidade global e transformações constantes - desde o preparo para os idiomas e até mesmo afinidades com novas tecnologias.

§ Essa Geração encontrará um mundo totalmente diferente de seu mundo ideal. Observará que no mundo organizacional há hierarquias, limites, regras, procedimentos e políticas. E o indivíduo será, inevitavelmente, avaliado e comparado pelos padrões antigos, até mesmo por empresas consideradas modernas.

§ Descompasso social. Ele está plugado em diferentes redes, mas foge-lhe o convívio social. Essa Geração tem muita informação, mas é destituída de sabedoria e bom senso na maioria das vezes.

§ A motivação dessa Geração é transitória e excessivamente instável. E para empreender uma carreira é necessário paciência, habilidade política, inteligência social e emocional e principalmente tolerância a adversidade.

Por isso, Gutemberg de Macedo recomenda como estratégia para ingresso no mercado de trabalho as seguintes atitudes:

1) Compreenda como as empresas operam sem preconceitos e julgamento de valor. Isso requer uma análise profunda dos valores, objetivo, missão, fontes de onde emana o poder, rede de colaboradores, entre outras.

2) Procure entender as gerações anteriores, seus motivos, crenças, valores e comportamentos. Inevitavelmente, a geração Net terá de aprender a conviver com elas.

3) Estude e aprenda sobre a natureza humana, especialmente a comunicação, porque impreterivelmente necessitará negociar cada passo, a cada instante.

4) Evite o desprezo pelo passado, porque quem não o conhece sempre acha que está aprendendo coisas novas.

5) Desenvolva contato face a face. Cuidado para não se tornar refém de um computador. Habilidade social requer o conhecimento de regras de boa conduta e etiqueta. Menosprezá-las, além de constituir em ato de pura rebeldia, é também uma maneira de expressar a própria ignorância.

6) Fuja dos guetos. Homens de sucesso não andam em bando ou em manada. Eles procuram distinção.

7) Faça de seus pontos fortes um instrumento e da sociedade: acesso às informações, facilidade de formar rede de relacionamento, curiosidade, criatividade e desprendimento.

8) Entender que o mundo não é apenas feito do presente e que o seu tempo também será mais curto ainda em razão da própria velocidade com que as coisas acontecem no mundo, inclusive, o surgimento de novas tecnologias que influenciarão, cada vez mais, as futuras e novas gerações. Não tomar conhecimento dessa realidade é se obsoletizar antes do tempo.

"O mundo está em evolução constante e permanente. Portanto, se você observar algumas dessas regras poderá entender melhor o curso de sua história e de sua carreira e fazer algo que, além de produtivo, seja longevo para o seu sucesso", recomenda o consultor.

Gutemberg B. de Macedo, presidente da Gutemberg Consultores, é conferencista empresarial e consultor para empresas nacionais e multinacionais de grande porte

Nasa testa foguete que deverá substituir ônibus espaciais

Foguete de 100 metros que deverá substituir ônibus espaciais foi lançado com sucesso na semana que passou.

Após os problemas de mau tempo que levaram ao adiamento do teste previsto para ontem, o Centro Espacial Kennedy, na Flórida, finalmente pode lançar o Ares I-X.
O foguete foi acelerado a cerca de 3Gs e chegou a Mach 4,76. Após seis minutos de vôo, alcançando 45 quilômetros de altura em apenas dois minutos, os para quedas se abriram e o Ares I-X pousou no mar, de onde será recolhido para análises.

Os testes forneceram à agência espacial dados para melhorar o design e a segurança das próximas gerações de veículos espaciais.
Este é o primeiro teste do Programa NASA Constellation, cujo objetivo é transportar astronautas à Estação Espacial Internacional depois que os ônibus espaciais forem aposentados, o que deve acontecer até meados do ano que vem. Além disso, outra meta importante é levar o homem a destinos além da órbita terrestre.
Estima-se que o teste de hoje do Ares I-X tenha custado aos cofres americanos US$445 milhões. Veja aqui, imagens do lançamento

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...