segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Homem processava grãos há 100 mil anos

Há mais de 100 mil anos o homem já processava grãos e consumia cereais. A conclusão é de um estudo publicado na última edição na revista Science, de autoria de um pesquisador canadense.

Julio Mercader, do Departamento de Arqueologia da Universidade de Calgary, descobriu resíduos de sorgo em ferramentas feitas de pedra em uma caverna em Moçambique. O achado indica a utilização de grãos em um momento em que se achava que os humanos baseavam a agricultura em itens mais facilmente cultiváveis, como frutas.

Trata-se da mais antiga utilização extensiva de cereais na dieta de que se tem notícia. Dezenas de ferramentas de pedra foram encontradas em uma caverna profunda e apontam que o sorgo selvagem, antecessor do principal grão consumido atualmente na África subsaariana em farinhas, pães e bebidas alcoólicas, fazia parte da dispensa dos primeiros Homo sapiens.

O estudo apresenta a primeira evidência direta do uso de cereais pré-domesticados no mundo. “Os resultados expandem a linha do tempo para o uso de sementes de gramíneas pela nossa espécie e são prova de uma dieta ampla e sofisticada em um momento muito anterior ao que se estimava”, disse Mercader.

“Isso ocorreu durante o Paleolítico Médio, em um momento no qual a coleta de grãos selvagens era vista convencionalmente como uma atividade irrelevante e não tão importante como a coleta de raízes ou frutos”, afirmou.

Em 2007, o pesquisador canadense e colegas da Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique, escavaram uma caverna sedimentária próxima ao lago Niassa, que foi usada por indivíduos que coletavam alimentos durante mais de 60 mil anos.

No fundo da caverna os cientistas descobriram as ferramentas feitas de pedra, ao lado de ossos de animais e de resíduos de vegetais, indicando práticas dietéticas pré-históricas. Em seguida, descobriram dezenas de milhares de grãos de amido, indicando que o sorgo selvagem era trazido e processado sistematicamente no local.

“Há hipóteses de que o uso de amido representa um passo fundamental na evolução humana ao melhorar a qualidade da dieta nas savanas e matas africanas, onde as primeiras linhagens humanas evoluíram. Essa nossa descoberta pode ser considerada um dos primeiros exemplos dessa transformação na dieta humana”, disse Mercader.

“A inclusão de cereais em nossa dieta é um passo importante na evolução por causa da complexidade técnica e da manipulação culinária que são exigidas para transformar grãos em artigos para consumo”, destacou. (fapesp)

Memória Flash de plástico é totalmente flexível

Um grupo internacional de cientistas conseguiu fabricar a primeira memória Flash flexível, a partir da chamada eletrônica orgânica, que utiliza compostos à base de carbono e técnicas de fabricação semelhantes à impressão jato de tinta.

Nos últimos anos, a fabricação de componentes eletrônicos - de células solares e LEDs até circuitos eletrônicos completos - tem sido facilitada pela utilização de semicondutores orgânicos. Ao contrário do silício, esses semicondutores podem ser processados a baixas temperaturas.

Vantagens da eletrônica orgânica

Uma das principais vantagens da eletrônica orgânica é a possibilidade de fabricação de componentes e circuitos em grandes áreas, enquanto os chips de silício são restritos à área de pastilhas circulares de tamanhos limitados.

A maior dessas vantagens, contudo, certamente é o fato de que os circuitos eletrônicos orgânicos podem ser fabricados sobre substratos plásticos, finos e flexíveis.

Apenas o transístor de memória Flash, o componente de silício encontrado nos pen-drives, nas câmeras digitais e nos tocadores de MP3, continuava resistindo aos benefícios do plástico.

Agora, Tsuyoshi Sekitani e seus colegas alemães e austríacos construíram os primeiros transistores orgânicos de memória Flash em plástico.

Pulseiras tocadoras de MP3

Para demonstrar o funcionamento do novo componente, os pesquisadores criaram um protótipo de memória Flash fino e flexível e o utilizaram para armazenar arquivos digitais de fotos comuns. A memória Flash orgânica demonstrou ser capaz de, a exemplo de sua antecessora de silício, manter os dados mesmo na ausência de energia.

As memórias Flash tiveram grande aceitação no mercado justamente porque elas não precisam de energia para manter o conteúdo da memória, ao contrário da memória de acesso aleatório (RAM), que "esquece" tudo quando a energia é desligada.

Mas os dispositivos portáteis exigem memórias mais robustas. E, quanto mais finas e mais leves, melhor, o que torna as memórias Flash orgânicas muito promissoras - agora já dá para pensar em pulseiras MP3, por exemplo, assim como qualquer outro dispositivo eletrônico portátil. (inovação e tecnologia)

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