terça-feira, 18 de agosto de 2009

A internet criando profissões

Sobram vagas (e bons salários) para quem sabe como organizar as informações espalhadas pelos sites.

No escritório do portal Globo.com, no bairro da Barra da Tijuca, no Rio, a desenhista industrial Christiane Melcher, de 29 anos, tem uma tarefa bem específica.
Ela se dedica a eliminar os excessos e as inconsistências do site, para tornar a navegação mais fácil e organizar o conteúdo. “Eu sempre me preocupei com o ponto de vista do usuário. Motiva-me saber o que o atrai e o que o afasta”, diz. A capacidade de se colocar no lugar do internauta rendeu a Christiane a profissão de arquiteta de informação, uma área em alta dentro das empresas que investem em internet.

É um cenário promissor: não faltam vagas nessa área, e os salários podem chegar a 12 mil reais. Quem tem perfil para agarrar uma delas? A formação importa pouco. Há espaço para profissionais de áreas tão diversas como biblioteconomia, administração, design e jornalismo. Em geral, eles aprenderam tudo por conta própria, mergulhando na internet e em experimentações práticas.

Os arquitetos ficaram disputados porque os sites ficaram mais complexos e as empresas precisam de cada vez mais resultados na internet. Além disso, está mais difícil manter a fidelidade do internauta. “Muitas empresas já sabem que perdem clientes e acessos por problemas de usabilidade”, diz o consultor Guilhermo Reis, que dá aulas de arquitetura da informação nos cursos da JumpEducation e da Impacta, e em disciplinas de graduação nas faculdades ECA/USP e Unicid.

Reis é autor de uma pesquisa de mestrado que confirma a onda. Seu estudo revelou que o turnover entre os profissionais é elevado e que o termo “arquiteto de informação” é o que aparece com mais frequência na descrição dos cargos. Realizada em 2006 e repetida em 2008, a pesquisa teve como universo os cadastrados na AIfIA-pt, a lista de discussão mais frequentada pelos profissionais da área. Atualmente, ela tem 948 cadastrados — estima-se que a categoria reúna não mais que mil profissionais no país.

Em 2008, houve oferta de pelo menos uma vaga por semana na AIfIA-pt, diz Reis. A demanda por arquitetos de informação se reflete no bolso dos profissionais. “O salário vai de mil a 12 mil reais”, diz Amyris Fernandez, professora de arquitetura da informação da Impacta. De acordo com a pesquisa de Reis, um arquiteto ganha em média 3 600 reais mensais, com variações que dependem do tamanho da empresa, da região do país e da experiência do profissional. (info)

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