sábado, 26 de setembro de 2009

Vacina contra AIDS apresenta resultados

Em um teste envolvendo mais de 16.000 adultos na Tailândia, vacina contra a infecção causada pelo vírus HIV mostra resultados.


Esta foi a primeira vez que uma vacina experimental demonstrou capacidade de prevenir infecções do HIV e, segundo dados divulgados pelo exército americano, principal patrocinador da pesquisa, a vacina é segura e 31% eficiente em evitar o contágio do vírus causador da AIDS.

Os resultados são animadores, pois a AIDS, como se sabe, ainda não tem cura. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, mais de 33 milhões de pessoas estavam infectadas pelo vírus HIV em 2007. Naquele ano, foram 2,7 milhões de novos casos, e dois milhões de mortes em decorrência da doença.


O estudo Thai Phase III HIV, também conhecido como RV144, começou em outubro de 2003 com voluntários das províncias tailandesas de Rayong e Chon Buri. Os 16.402 homens e mulheres tinham idades entre 18 e 30 anos e apresentavam diferentes níveis de risco para o contágio de HIV.

O grupo foi dividido em duas partes: uma testaria duas drogas experimentais, enquanto a outra receberia apenas um placebo – ou seja, uma vacina sem nenhum medicamento. As duas vacinas verdadeiras eram a ALVAC-HIV, desenvolvida pela empresa francesa Sanofi Pasteur, e a AIDSVAX B/E, desenvolvida pela americana Vaxgen Inc e licensidada pela Global Solutions for Infectious Diseases (GSID). As duas se baseiam no subtipo B e E do HIV, que normalmente circulam na Tailândia.

O grupo das duas vacinas, e seus respectivos grupos de placebo, receberam doses da vacina a intervalos específicos de tempo e, a cada seis meses, por um período de três anos, fizeram testes de HIV. A cada visita clínica, os voluntários eram novamente orientados na prevenção da doença.

Na análise final, 74 dos 8.198 do grupo do placebo estavam infectados, contra 51 dos 8.197 participantes que receberam a vacina. Esse nível de prevenção foi considerado estatisticamente relevante – apesar de a vacina não ter tido efeito algum na quantidade de vírus encontrada no sangue dos voluntários que adquiriram HIV durante o estudo.


Mais pesquisas são necessárias para entender como a vacina reduz o risco de infecção. O estudo foi liderado por Supachai Rerks-Ngarm, ministro do Departamento de Saúde Pública para Controle de Doenças da Tailândia, e patrocinado pelo exército americano, pelo Institudo Nacional de Alergiais e doenças Infecciosas dos Estados Unidos, pela Sanofi Pasteur e pela GSID.

Enquanto trabalham para determinar quais são os próximos passos do estudo, pesquisadores têm uma certeza: a descoberta representa um grande passo na pesquisa de vacinas para a AIDS.

A AIDS, ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, é um termo aplicado aos estágios mais avançados da infecção pelo vírus. Ela é definida pela ocorrência de qualquer uma das mais de 20 doenças oportunistas ou cânceres relacionados ao HIV que aparecem devido ao enfraquecimento do sistema imunológico.

A África Subsaariana é, disparado, a região do mundo mais afetada. A ONU estima que, lá, apenas 2,12 milhões de pessoas recebam tratamento contra o vírus, de um total de mais de 7 milhões de infectados. Na América Latina, de um total de 560 mil pessoas que precisam de tratamento, 360.000 recebem medicação.
(info)

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