terça-feira, 13 de outubro de 2009

O fenômeno Xing Ling

Do iPhone ao pen drive, a China copia tudo e domina a fabricação de gadgets do mundo.

Segunda-feira, dez e quinze da noite. Enquanto espera um amigo, você saca a antena de TV do seuiPhone de 16 GB para ver o programa CQC. O amigo chega, mas você não precisa perder a piada no meio. É só acionar a função de gravação do smartphone e assistir depois. Ops, tem algo estranho nesse iPhone que grava vídeos e exibe TV aberta.

Bem-vindo à era do shanzhai. A cópia chinesa, o HiPhone, tem recursos que ainda são uma miragem no original da Apple — pela pechincha de 250 reais. A interface tosca, a tela multitoque xing ling e os 16 GB que na verdade são apenas 1 GB logo entregam a imitação. “Tudo na China é falsificado e essa duplicação de produtos não é apenas um incidente. É algo profundamente ligado à cultura do país.”

Com esse argumento, um artigo produzido dentro da Universidade de Pequim pelo acadêmico Wang Hongzhe (no melhor estilo xing ling, ele assinou com o pseudônimo de Steven Zuckerberg, um professor americano), acirrou a discussão.

Como o país que produz quase todo o hardware dos aparelhos mais badalados do mundo, entre eles o próprio iPhone, pode ser também o cérebro por trás do HiPhone e companhia ilimitada? A resposta é dada em chinês: shanzhai. O termo, que literalmente significa fortaleza na montanha, serve de grife para as precárias fabriquetas espalhadas pelo delta do Rio das Pérolas, no sudeste da China. Elas produzem em grande escala todo tipo de produtos, quase sempre com preços baixíssimos e controle de qualidade nulo.

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