CITAÇÃO : "Imaginar é mais importante do que saber. O conhecimento é limitado. A imaginação abarca o universo." Albert Einstein
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Nazca, Peru
Em Setembro de 1936 arqueólogos descobriram, nas proximidades da cidade peruana de Nazca, no sopé dos Andes, alguns sulcos em linha reta no solo dos pampas. A interpretação, na época, foi a de que eram antigos canais de irrigação. Alguns anos depois, o professor de História norte-americano Paul Kosok e a geógrafa alemã Maria Reiche encontraram incontáveis outros sulcos - muitos dos quais não são retos, mas ordenados em forma de espiral.
Perplexos, os pesquisadores verificaram que outras linhas, quando observadas do ar, formam imensas figuras no chão: um beija-flor, um cachorro, uma aranha, um macaco e um condor com uma cauda de quase 50m de comprimento. Juntas, as obras de arte cobrem uma área de quase 400km2. As linhas realmente teriam sido canais de irrigação?
Paul Kosok estava cético. Em 1941, ele notou que na época do solstício, o Sol se punha diretamente em cima de uma das linhas e concluiu que os outros sulcos também tinham uma ligação com o firmamento. O professor afirmou, então, que as Linhas de Nazca compunham "o maior livro astronômico do mundo". Maria Reiche ousou ir além, sugerindo que as figuras eram símbolos para significativas constelações. A aranha, por exemplo, representaria o grupo de estrelas de Orion. Segundo ela, as Linhas de Nazca constituíam um gigantesco calendário para fins agrícolas.
Em 1968, um professor de Astronomia cartografou os sulcos e examinou se eles de fato se orientam pelas estrelas, como afirmaram Kosok e Reiche. Ele só encontrou relações astronômicas em poucos casos.
A esta altura, porém, os arqueólogos já ofereciam uma outra explicação para o surgimento desses geóglifos: a erosão havia coberto o deserto pedregoso da região de Nazca com uma camada preto-amarronzada. Para desenhar as linhas claras na paisagem, os índios peruanos teriam, provavelmente, raspado esse estrato, entre 100 e 600 d.C., para revelar o chão de areia esbranquiçada abaixo dela. Mas qual a finalidade de tamanho esforço?
A teoria mais convincente atualmente é a de que, num passado distante, os índios criaram as linhas para percorrê-las em procissões festivas. Especialmente os geóglifos de animais teriam servido aos xamãs como trilhas ritualísticas para cerimônias de magia. A antiquíssima suposição de que os sulcos foram criados para irrigação também está sendo reavivada por alguns pesquisadores: seria bem possível que as cerimônias ao longo das Linhas de Nazca servissem para invocar arcaicos deuses da chuva.
* veja em Museu do dia, na coluna ao lado, mais informações sobre as linhas de Nazca.
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