terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Reconstruindo virtualmente New York

Manhattan, a famosa ilha que é o coração de Nova York, deriva da denominação indígena Mannahatta. E esse também é o nome do projeto de Eric Sanderson, um ecólogo californiano que se radicou em Nova York, quando foi trabalhar na Wildlife Conservation Society. Sanderson sonhou reconstruir virtualmente a natureza da ilha como era há quatrocentos anos, época em que foi alcançada pelo navegador Henry Hudson, da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, que explorou a região e precedeu a ocupação holandesa. Para realizar tal feito, a equipe do projeto usou desde recursos históricos, como um enorme e detalhado mapa feito pelos ingleses no período da independência americana, até a mais moderna tecnologia de criação digital de imagens. O resultado foi a visão virtual da ilha intocada e de suas camadas mostrando, entre outros, os tipos de solo, os ecossistemas e a ocupação dos antigos nativos. Por fim, é possível comparar a metrópole atual, quarteirão por quarteirão, com a sua contrapartida de quatro séculos. Ao contrário do que o olho hoje nos conta, ao invés do concreto e das luzes, a natureza local continha 55 ecossistemas diferentes, mais do que os parques nacionais de Yellowstone e Yosemite.

Na sua apresentação no TED Talks, Sanderson defende que as duas versões de Manhattan, a ainda quase intocada e a dos arranha-céus são fantásticas. Ambas resultado de teias invisíveis que possibilitam a existência seja do original ou do sofisticado ambiente urbano que se tornou. Sua provocação é imaginar o que a ilha pode vir a ser nos próximos 400 anos. E aí ele vê uma fusão da cidade com os recursos naturais que ela soterrou, tentando misturar o melhor dos dois mundos.

Apesar de ser o mais rico e conhecido, Manhattan é apenas um dos cinco boroughs (distritos administrativos) de Nova York, sendo os outros Queens, Bronx, Brooklyn e Staten Island. Nesses últimos, conta Sanderson, se as pessoas vivessem com a mesma densidade de Manhattan apenas 36% da área atual seria ocupada, liberando o resto para voltar ao seu habitat repleto de florestas,campos, lagos e riachos, onde a vizinhança era tão variada quanto os tipos humanos que hoje vivem por lá e a tornam tão interessante. (oeco)

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