Algumas das grandes descobertas do homem foram feitas por acaso ou pela simples observação de fenômenos naturais. A descoberta do vidro é uma delas.
A data exata em que isso aconteceu não é possível precisar, mas o
historiador romano Plínio Caio, que viveu entre 23 e 79 a.C, deixou documentos
nos quais atribui aos navegadores fenícios - que acendiam fogueiras nas areias
das praias para funcionarem como faróis - a observação da formação de um
material vítreo quando as fogueiras esfriavam.
Mas o fragmento de vidro mais
antigo registrado é um amuleto, em que está escrito o nome de Antef II, faraó da
11ª dinastia (2133 - 1991 a.C.) do Egito. Assim, juntamente com outros povos do
Mediterrâneo, como os sírios e os gregos, é possível entender que o
desenvolvimento das técnicas rudimentares de fabricação do vidro já estava nas
mãos dos homens há mais de 5 mil anos.
ARTIGOS PRECIOSOS
Os
egípcios, civilização dominante do mundo ocidental por muitos séculos, passaram
a utilizar o vidro como jóia, como embalagem para cosméticos, vasos e tigelas; e
de lá o vidro foi, aos poucos, sendo aperfeiçoado e ganhando o mundo.
Uma das
dificuldades que conseguiram transpor foi a da elevação da temperatura dos
fornos, necessária para a fusão dos elementos que compõem o vidro. Eles
conseguiram isso utilizando foles e assim a massa vítrea passou a ser mais
maleável e de qualidade mais apurada, aumentando a possibilidade de fabricação
de artefatos diferentes.
No entanto, foi somente com a descoberta da técnica
do sopro (fabricação de vidro oco que capacita a produção de garrafas, potes e
copos), na Síria no século 1 a.C, que a grande revolução da história do vidro
teria lugar. Nessa época, o Império Romano já se estendia sobre o Oriente Médio
e o vidro foi ganhando espaço e status de produto nobre, presente nas casas mais
abastadas. Foram, inclusive, os romanos que utilizaram o vidro para fazer
janelas pela primeira vez.
PERÍODO ÂMBAR
O vidro, assim
que sai da forma e esfria, tem uma tonalidade amarelo palha. É necessário
agregar colorantes tanto para obter um vidro verde (cromo) quanto para obter um
vidro branco/transparente (manganês). Mas a história do vidro teve um período
escuro e longo, âmbar, quando o Império Romano decaiu.
Apesar de já ter se
transformado em uma indústria significativa, o homem da Idade Média nem pensava
em utilizar o vidro para engarrafar líquidos. Nessa época, a maioria dos
vidreiros se concentrou na Ilha de Murano, Veneza, para onde foram transferidas
muitas fábricas depois dos incêndios causados pelos fornos cada vez maiores e
potentes. Lá eles trabalhavam ornamentos, vidros planos, vitrais e peças
utilitárias.
Mas o final da Idade Média trouxe uma revolução que começou a se
insinuar com o aumento da produção dos bens de consumo, dos alimentos e
consequentemente dos vinhos (que também passaram a ter leis de produção mais
rigorosas). Assim, as garrafas - que já existiam, mas eram utilizadas somente
para transportar os vinhos das barricas até as mesas - começaram a ser encaradas
de outra forma.
Problemas políticos no mundo fizeram com que somente em
meados de 1600 a indústria do vidro (especialmente a inglesa) fosse capaz de
fazer garrafas de paredes mais espessas, portanto mais resistentes, permitindo
que o vidro pudesse ser também uma embalagem para o transporte de vinhos.
1- Meia Garrafa; 2- Padrão 750 ml; 3- Magnum 1,5L; 4- Jeroboam 3L; 5- Matusalém 6L; 6- Salmanazar 9L; 7- Baltazar 12L; 8- Nabucodonosor 15L. |
É muito comum se ouvir dizer que as
garrafas maiores (acima de 3 litros) preservam melhor os vinhos. Existem até
colecionadores (e degustadores) de garrafas especiais que afirmam que o frescor
do vinho se mantêm por muito mais tempo quanto maior é a garrafa. A ciência não
consegue confirmar esse mito.
"Nenhuma pesquisa séria até hoje foi capaz de
dizer que um vinho armazenado em uma garrafa de 3 litros fica melhor no decorrer
do tempo do que um armazenado em uma garrafa de 750 ml", afirma o Dr. Celito
Guerra, enólogo pesquisador da Embrapa do Rio Grande do Sul.
Mas os
apreciadores das grandes garrafas argumentam que devido à menor área de contato
entre a rolha e o líquido e ao maior volume de vinho que ocupa uma garrafa
especial, o vinho envelhece mais devagar e desenvolve maior complexidade.
Nos
grandes leilões de vinhos, safras especiais em garrafas magnum (1,5 l) são
vendidas por muito mais do que o dobro do preço de uma garrafa normal. E são um
item muito procurado, mesmo que o prazer resida somente no tamanho e na maior
quantidade de líquido que armazenam.
CADA GARRAFA UMA TAMPA
Um problema que atormentava os produtores de vinho desde a antiguidade era a maneira de vedar os vasilhames (de barro ou cerâmica). Eles ainda não entendiam cientificamente o processo da oxidação, mas já haviam percebido que recipientes mais bem fechados conservavam o vinho por mais tempo.
A utilização das rolhas, mesmo no distante século XVII, já era popular na Espanha e em Portugal, mas encontrou resistência nos outros países europeus. Os ingleses, reconhecidos como os inventores da garrafa moderna, utilizavam uma rolha também de vidro, que consideravam mais higiênica, mas, com o passar dos anos, descobriu- se que garrafa de vidro e rolha de cortiça eram a melhor combinação para preservar e transportar os vinhos. É interessante notar que, no começo do século XVIII, a única coisa que diferenciava as embalagens de vinho das atuais era o fato de que a maioria das garrafas não eram cilíndricas.
A Revolução Industrial, no entanto, além dos avanços científicos nos estudos da composição dos vinhos e da fermentação, marcou época e trouxe a produção de vinhos e garrafas para uma nova fase, mesmo que os custos envolvidos fossem enormes. "Fazer garrafas de qualidade nunca foi barato", explica Paulo Dias, gerente comercial da Verallia, que fabrica mais de 60 tipos de garrafas no país. Ele conta que a implantação de um novo forno custa hoje 80 milhões de euros e é um processo que não se modifica muito qualquer que seja o país onde o forno esteja instalado. "Um bom forno dura 10 anos em funcionamento contínuo e suporta 1.600oC em sua parte interna", completa Dias.
A Verallia faz parte do grupo Saint Gobain, uma empresa francesa fundada em 1665, que fabricou desde os espelhos do Palácio de Versalhes até as placas de vidro que recobrem a pirâmide do Museu do Louvre em Paris. Presente em 64 países, ela disputa espaço com a Owens Illinois, empresa norte-americana fundada por Michael Owens, que criou, em 1903, a primeira máquina automática para produção de garrafas, revolucionando a indústria. No Brasil, essa empresa é da proprietária da Císper.
FORMA E FUNÇÃO
Os formatos atuais das garrafas de vinho evoluíram pouco nos últimos 100 anos, a não ser pela adoção da tampa de rosca (que modifica o gargalo e sua interação de resistência com o pescoço da garrafa) e pelas pesquisas e lançamentos de garrafas mais leves, que geram menor impacto no meio ambiente.
O diretor da Associação Brasileira de Enologia, Marcos Vian, explica que a função primária de armazenamento estéril e estanque de um vinho que a garrafa proporciona, quase nunca é percebida pelo consumidor final. O que é levado em conta é o peso da garrafa (que no Brasil ainda é sinônimo de vinho mais estruturado e de melhor qualidade), a limpidez do vidro e até seu formato: "As garrafas mais alongadas e transparentes costumam fazer mais sucesso com o público feminino, enquanto as garrafas de ombros mais acentuados remetem aos vinhos mais tradicionais", conta o enólogo.
Essa percepção do consumidor é tão importante para o marketing das vinícolas que chega a influenciar a escolha das garrafas de forma quase contrária à sua função: "Do ponto de vista puramente técnico, não colocaríamos vinhos rosés ou da uva Sauvignon Blanc em garrafas brancas, pois, nas coloridas, eles ficariam protegidos da luz, que acelera sua deterioração. Mas o mercado consumidor responde muito melhor às garrafas transparentes", afirma Vian.
O teste do tempo e a tradição, ao mesmo tempo, fizeram com que alguns formatos de garrafas ficassem conhecidos pela região na qual são usados, como é o caso da garrafa bojuda de Chianti, que evoluiu do "fiasco toscano", em sua forma original uma garrafa frágil e fina, que ganhava resistência ao ser envolvida em palha ou vime.
Na Alsácia, há uma lei que determina que seus vinhos sejam engarrafados no modelo conhecido por lá como flûte, mas que, no exterior, leva o nome da própria região. Com um modelo também alongado e muitas vezes na coloração âmbar, são tradicionais as garrafas do modelo Renano, para os vinhos brancos das regiões do Mosel e do Reno, na Alemanha, enquanto a região da Francônia é reconhecida nas garrafas baixas e arredondadas, de pescoço curto.
Para os vinhos espumantes, as garrafas precisam ter paredes mais espessas e concavidade no fundo, para suportarem a pressão do líquido, seja quando a segunda fermentação ocorre na garrafa ou no método Charmat, em que o envase também ocorre com alta pressão. É precisamente por sua forma ser tão particular para sua função que essas garrafas são, atualmente, as que vêm impondo o maior desafio técnico para as empresas que necessitam desenvolver vasilhames mais leves, mais sustentáveis.
VARIADOS TERROIRS, GARRAFAS IDÊNTICAS
Os formatos conhecidos como Bordalesa (Bordeaux) e Borgonhesa (Borgonha), a primeira de ombros mais altos e mais marcados e a segunda mais alongada e bojuda em baixo, são as garrafas mais populares no mundo. São fabricadas em variadas cores e foram os primeiros formatos utilizados nas garrafas ecoeficientes, que são mais leves.
As leis locais não ditam que os vinhos franceses tenham que ser engarrafados nesses modelos, mas as tradições locais sim. Tanto que é possível encontrar brancos e tintos nos mesmos formatos de garrafas somente com variação de cor, em suas regiões de origem.
Os vinhos fortificados costumam ser apresentados em garrafas mais estruturadas, de formatos mais retilíneos e, por vezes, bem mais escuras, como as de Vinho do Porto, tradicionalmente quase negras. Seu formato favorece um longo armazenamento nas caves.
Até o começo do século passado os volumes de líquido variavam bastante e as garrafas conhecidas como padrão nem sempre continham 750 ml de vinho. Felizmente isso mudou e uma padronização tomou conta da indústria. Atualmente, os modelos de 187 ml são conhecidos com o nome italiano de piccolo, as de 350 ml são as demi ou meia-garrafa, as de 750 ml são as garrafas padrão e as de 1,5 l são as Magnum.
Esses volumes são os mais fáceis de serem encontrados. No entanto, também são comuns as garrafas conhecidas como Jennie, com capacidade para meio litro, muito usuais para os vinhos de sobremesa, que variam bastante em formato.
Um dos mistérios da história do vinho é a perpetuação dos nomes da garrafas de grandes formatos, como a Jeroboam (ou Magnum Dupla), a Matusalém (capacidade de 6 litros), a Mordecai ou Salmanazar (de 9 litros), a Baltazar (de 12 litros), a Nabucodonosor (de 15 litros) e, por fim, a Melquior (de 18 litros) e a Salomão (de 20 litros), esta somente utilizada para Champagnes. Os nomes bíblicos dos reis do Velho Testamento e dos reis Magos dados à essas garrafas e reconhecidos em todo o mundo permanecem um desafio aos historiadores, incapazes de descobrir quem ou por que foram assim batizadas ( revista adega ).
Recipientes para armazenar vinho passaram da ânfora para as garrafas de vidro, que antes tinham diversos formatos |
CADA GARRAFA UMA TAMPA
Um problema que atormentava os produtores de vinho desde a antiguidade era a maneira de vedar os vasilhames (de barro ou cerâmica). Eles ainda não entendiam cientificamente o processo da oxidação, mas já haviam percebido que recipientes mais bem fechados conservavam o vinho por mais tempo.
A utilização das rolhas, mesmo no distante século XVII, já era popular na Espanha e em Portugal, mas encontrou resistência nos outros países europeus. Os ingleses, reconhecidos como os inventores da garrafa moderna, utilizavam uma rolha também de vidro, que consideravam mais higiênica, mas, com o passar dos anos, descobriu- se que garrafa de vidro e rolha de cortiça eram a melhor combinação para preservar e transportar os vinhos. É interessante notar que, no começo do século XVIII, a única coisa que diferenciava as embalagens de vinho das atuais era o fato de que a maioria das garrafas não eram cilíndricas.
A Revolução Industrial, no entanto, além dos avanços científicos nos estudos da composição dos vinhos e da fermentação, marcou época e trouxe a produção de vinhos e garrafas para uma nova fase, mesmo que os custos envolvidos fossem enormes. "Fazer garrafas de qualidade nunca foi barato", explica Paulo Dias, gerente comercial da Verallia, que fabrica mais de 60 tipos de garrafas no país. Ele conta que a implantação de um novo forno custa hoje 80 milhões de euros e é um processo que não se modifica muito qualquer que seja o país onde o forno esteja instalado. "Um bom forno dura 10 anos em funcionamento contínuo e suporta 1.600oC em sua parte interna", completa Dias.
A Verallia faz parte do grupo Saint Gobain, uma empresa francesa fundada em 1665, que fabricou desde os espelhos do Palácio de Versalhes até as placas de vidro que recobrem a pirâmide do Museu do Louvre em Paris. Presente em 64 países, ela disputa espaço com a Owens Illinois, empresa norte-americana fundada por Michael Owens, que criou, em 1903, a primeira máquina automática para produção de garrafas, revolucionando a indústria. No Brasil, essa empresa é da proprietária da Císper.
Composição do vidro |
FORMA E FUNÇÃO
Os formatos atuais das garrafas de vinho evoluíram pouco nos últimos 100 anos, a não ser pela adoção da tampa de rosca (que modifica o gargalo e sua interação de resistência com o pescoço da garrafa) e pelas pesquisas e lançamentos de garrafas mais leves, que geram menor impacto no meio ambiente.
O diretor da Associação Brasileira de Enologia, Marcos Vian, explica que a função primária de armazenamento estéril e estanque de um vinho que a garrafa proporciona, quase nunca é percebida pelo consumidor final. O que é levado em conta é o peso da garrafa (que no Brasil ainda é sinônimo de vinho mais estruturado e de melhor qualidade), a limpidez do vidro e até seu formato: "As garrafas mais alongadas e transparentes costumam fazer mais sucesso com o público feminino, enquanto as garrafas de ombros mais acentuados remetem aos vinhos mais tradicionais", conta o enólogo.
Essa percepção do consumidor é tão importante para o marketing das vinícolas que chega a influenciar a escolha das garrafas de forma quase contrária à sua função: "Do ponto de vista puramente técnico, não colocaríamos vinhos rosés ou da uva Sauvignon Blanc em garrafas brancas, pois, nas coloridas, eles ficariam protegidos da luz, que acelera sua deterioração. Mas o mercado consumidor responde muito melhor às garrafas transparentes", afirma Vian.
O teste do tempo e a tradição, ao mesmo tempo, fizeram com que alguns formatos de garrafas ficassem conhecidos pela região na qual são usados, como é o caso da garrafa bojuda de Chianti, que evoluiu do "fiasco toscano", em sua forma original uma garrafa frágil e fina, que ganhava resistência ao ser envolvida em palha ou vime.
Na Alsácia, há uma lei que determina que seus vinhos sejam engarrafados no modelo conhecido por lá como flûte, mas que, no exterior, leva o nome da própria região. Com um modelo também alongado e muitas vezes na coloração âmbar, são tradicionais as garrafas do modelo Renano, para os vinhos brancos das regiões do Mosel e do Reno, na Alemanha, enquanto a região da Francônia é reconhecida nas garrafas baixas e arredondadas, de pescoço curto.
Para os vinhos espumantes, as garrafas precisam ter paredes mais espessas e concavidade no fundo, para suportarem a pressão do líquido, seja quando a segunda fermentação ocorre na garrafa ou no método Charmat, em que o envase também ocorre com alta pressão. É precisamente por sua forma ser tão particular para sua função que essas garrafas são, atualmente, as que vêm impondo o maior desafio técnico para as empresas que necessitam desenvolver vasilhames mais leves, mais sustentáveis.
VARIADOS TERROIRS, GARRAFAS IDÊNTICAS
Os formatos conhecidos como Bordalesa (Bordeaux) e Borgonhesa (Borgonha), a primeira de ombros mais altos e mais marcados e a segunda mais alongada e bojuda em baixo, são as garrafas mais populares no mundo. São fabricadas em variadas cores e foram os primeiros formatos utilizados nas garrafas ecoeficientes, que são mais leves.
As leis locais não ditam que os vinhos franceses tenham que ser engarrafados nesses modelos, mas as tradições locais sim. Tanto que é possível encontrar brancos e tintos nos mesmos formatos de garrafas somente com variação de cor, em suas regiões de origem.
Os vinhos fortificados costumam ser apresentados em garrafas mais estruturadas, de formatos mais retilíneos e, por vezes, bem mais escuras, como as de Vinho do Porto, tradicionalmente quase negras. Seu formato favorece um longo armazenamento nas caves.
Até o começo do século passado os volumes de líquido variavam bastante e as garrafas conhecidas como padrão nem sempre continham 750 ml de vinho. Felizmente isso mudou e uma padronização tomou conta da indústria. Atualmente, os modelos de 187 ml são conhecidos com o nome italiano de piccolo, as de 350 ml são as demi ou meia-garrafa, as de 750 ml são as garrafas padrão e as de 1,5 l são as Magnum.
Esses volumes são os mais fáceis de serem encontrados. No entanto, também são comuns as garrafas conhecidas como Jennie, com capacidade para meio litro, muito usuais para os vinhos de sobremesa, que variam bastante em formato.
Um dos mistérios da história do vinho é a perpetuação dos nomes da garrafas de grandes formatos, como a Jeroboam (ou Magnum Dupla), a Matusalém (capacidade de 6 litros), a Mordecai ou Salmanazar (de 9 litros), a Baltazar (de 12 litros), a Nabucodonosor (de 15 litros) e, por fim, a Melquior (de 18 litros) e a Salomão (de 20 litros), esta somente utilizada para Champagnes. Os nomes bíblicos dos reis do Velho Testamento e dos reis Magos dados à essas garrafas e reconhecidos em todo o mundo permanecem um desafio aos historiadores, incapazes de descobrir quem ou por que foram assim batizadas ( revista adega ).
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