sexta-feira, 18 de junho de 2010

Jabulani, a polêmica bola da copa 2010


Polêmica dentro de campo. A bola oficial da Copa da África, intitulada Jabulani, está sendo criticada por jogadores e especialistas. Uma das principais reclamações é a mudança inesperada na trajetória após o chute. Agora físicos e um engenheiro comentam o assunto e chegam a conclusões diferentes. Para uns, a culpa é da altitude dos campos da África do Sul, já outros afirmam que a tecnologia utilizada na superfície da bola é a responsável pelo comportamento diferenciado. Até jogadores da seleção brasileira já opinaram. O atacante Luís Fabiano disse estar lidando com “uma bola sobrenatural”, o meio-campo Felipe Melo afirmou que a bola “parece uma patricinha, que não gosta de ser chutada” e o goleiro Julio Cesar a pontuou como uma “bola de supermercado”.

A Jabulani, que significa “celebrar” no idioma zulu, foi desenvolvida para a Adidas pelo engenheiro Andy Harland, do Departamento de Tecnologia do Esporte da Universidade Loughborough. Segundo Harland, o problema não é a bola, como muitos apontam, mas sim a altitude dos campos na África do Sul. Embora admita que os primeiros testes tenham sido realizados com robôs, o engenheiro afirma que dezenas de jogadores e atletas testaram a bola antes de ela ser distribuída ao mercado. “No fundo, o que tentamos criar é uma bola consistente e que permita que os melhores jogadores do mundo possam colocar em prática seu talento”, diz Harland.

Especializados em aerodinâmica, os físicos Derek Leinweber e Adrian Kiratidida, da Universidade de Adelaide, na Austrália, fizeram estudos que contrariam Harland. “Quando recebe um chute, a bola forma em volta de si uma fina camada de ar que é a principal responsável pela maneira como ela viaja”, afirma Leinweber. “O ar tem que contornar a bola, passar ao seu redor quando ela é lançada. Assim, o ar que está perto dela tem que fazer uma trajetória maior do que o ar que está afastado de sua superfície, criando uma região de baixa pressão”, completa.

De acordo com as simulações feitas em computador por Leinweber e Kiratidida, a Jabulani realmente é mais rápida, faz curvas de forma imprevisível e dá a sensação de ser mais dura no impacto. “A expectativa é que a Jabulani faça mais curvas do que qualquer bola encontrada anteriormente. Os jogadores também estão descobrindo novas oportunidades para lançar a bola de maneira errática, para desespero dos melhores goleiros do mundo. Ao atingir o goleiro, a Jabulani terá desviado e mergulhado, chegando com mais força e energia do que a Teamgeist”, declarou o professor Leinweber à agência AFP.

A atual bola da Copa é mais perfeitamente esférica que as suas antecessoras, porém com pequenos sulcos e ‘aero ranhuras’ que a tornam menos lisa, de acordo com o especialista em aerodinâmica. A Teamgeist, bola utilizada na Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, era bem menos perfeita, embora mais lisa.

A aerodinâmica da Jabulani propicia que a resistência do ar seja de até quatro a cinco vezes menor em relação à Teamgeist, tornando maior a distância percorrida pela bola. Além disso, a curvatura pode ser afetada em até um metro a mais para o lado se comparada à bola da Copa da Alemanha nas mesmas condições. (do opinião e notícia ).

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