Daria um filme ou até uma série de televisão contar a história do vinho no
Brasil. Seria uma narrativa repleta de aventuras, frustrações, vitórias,
sofrimentos, protecionismos e até patriotismo maligno.
O povo brasileiro, alegre por natureza, ainda não descobriu o quanto a sua
felicidade seria mais completa se consumisse mais vinho. Tratado até
recentemente como bebida de uma "elite esnobe", o vinho hoje já é encarado como
uma bebida normal e o consumidor neófito vem descobrindo que sempre existe um
vinho para o seu gosto e que cabe em seu bolso. Assistimos hoje uma revolução no
consumo, mas essa euforia tem só 40 anos, porque foi só a partir dos anos de
1970 que o vinho começou a se expor ao consumidor e recebeu uma roupagem de
comunicação que não tem volta.
Conhecer essa história é uma bonita viagem que parece não ter fim.
Desde Cabral a Brás Cubas
Partindo rumo ao desconhecido, a frota de Pedro Álvares Cabral zarpou de
Lisboa no dia 9 de março de 1500. Para manter o nível da tripulação em alta,
preparar e higienizar alimentos, dar vinhos para as missas diárias celebradas em
cada uma das 13 naus de sua esquadra, um dos navios foi ricamente abastecido de
um vinho tinto adquirido na antiga propriedade conhecida pelo nome de Pêra
Manca, no Alentejo.
Em uma viagem de aventura, com tempestades a assolar a frota, é natural que o
vinho não tenha se mantido bom, tanto que os dois índios que foram levados a
presença do almirante Cabral não gostaram do que provaram e cuspiram o líquido
todo. Aqueles nativos estavam acostumados a degustar o Cauim, um fermentado
obtido da mandioca. Sendo assim, o Cauim é o primeiro vinho dessa nova
terra.
Um fidalgo chamado Brás Cubas, nascido no
Porto, foi o primeiro viticultor do Brasil
Em 1531, a coroa portuguesa envia Martim Afonso de Souza para dar início ao
domínio efetivo da "Nova Terra". A partir de março de 1532, um fidalgo chamado
Brás Cubas, nascido na cidade do Porto, torna-se o primeiro viticultor do
Brasil. Após fundar a Vila de Santos e o primeiro hospital dessa terra, ele
manda cultivar as cepas trazidas de Portugal nas encostas da Serra do Mar, onde
hoje se localiza a cidade de Cubatão. Não dando certa a experiência, Brás Cubas
sobe a serra e, aconselhado por João Ramalho, implanta um vinhedo "pelos lados
de Tatuapé", sendo este empreendimento mais bem produtivo, tendo recebido uma
citação do padre Simão de Vasconcelos como "as fecundas vinhas paulistanas". Ao
mesmo tempo, os índios que por aqui habitavam eram grandes mestres na arte de
preparar bebidas, tanto que esse padre conseguiu identificar 32 tipos diferentes
de vinhos fermentados de raízes de frutas.
A vinha como forma de assentar o
homem
São Paulo parecia ter a vocação para a grande produção
de uvas e consequentemente vinhos. As Bandeiras, que partiam de Piratininga,
levavam estacas de videiras para serem cultivadas, pois era mais um item que
ajudaria nas conquistas de nosso vasto interior, ao mesmo tempo por ser uma
cultura de fixação do homem à terra e que ajudava na ocupação do vasto
território.
Com a instituição por Dom João III das Capitanias Hereditárias, o Brasil foi
loteado em 14 partes, embora só duas dessas Capitanias tiveram sucesso, a de
Pernambuco e a de São Vicente. Mesmo assim, o tráfego de vinhos vindos de
Portugal aumentava a cada dia em todo território brasileiro.
O vinho comum, rude, sem nenhuma qualidade, já era parte da riqueza da cidade
de São Paulo por volta de 1640. Sua importância era grande e os vinhedos do
município se estendiam para além do Tamanduateí, chegando até Mogi das Cruzes.
Com isso, a primeira Ata da Sessão de implantação da Câmara de São Paulo, de
1640, tratou da padronização da qualidade e dos preços dos vinhos aqui
produzidos.
Concorrência do açúcar e
ouro
Neste mesmo período, os holandeses chegaram ao nordeste
do Brasil e logo se dedicaram à exploração do açúcar. Quase uma centena de
engenhos no entorno de Recife e interior de Pernambuco pertencia a judeus
holandeses e cristãos novos portugueses. Para suprir o consumo de vinhos dessa
gente, quer para acompanhar os ritos religiosos ou para as refeições, Maurício
de Nassau inicia o cultivo de videiras na Ilha de Itamaracá e sem nenhuma
modéstia revela:
"São as melhores uvas desta terra", tanto que manda pôr três
cachos das mesmas no Brasão d'Armas da ilha, criado pelo pintor Franz Post.
Logo toda a euforia agrícola que o vasto território oferecia foi posta de
lado com a descoberta de ouro "nas Gerais e em Goiás". Teve início então o
abandono em todo o Brasil das culturas agrícolas e o sonho de ficar rico com o
ouro da noite para o dia tomou conta do povo. Chegou-se ao cúmulo de faltar
alimentos em todo o território, porque os braços que antes cultivavam e colhiam
agora lavravam o ouro.
Assim, um barrilete de 5 litros de vinho era vendido em Vila Rica por 700
gramas de ouro. O vinho acabou virando objeto de desejo e símbolo de riqueza.
Tanto que, em São Paulo, um certo padre Pompeu, que possuía grandes vinhedos e
um enorme rebanho foi assim descrito pelo historiador Charles Baxer: "Um
paulista que era padre secular e abastado senhor de terras, atuando igualmente
como agiota e banqueiro".
Euforia agrícola durou apenas até a
descoberta de ouro
Proibição da manufatura à abertura dos
portos
Definitivamente nesta época, o vinho já era um item de
primeira necessidade que gerava uma boa receita no comércio, ao mesmo tempo em
que era um prêmio a todos aqueles europeus que aqui estavam, pois esse néctar
ajudava a matar um pouco a saudade da terra natal.
Com o Brasil crescendo, ficando rico, algumas pequenas indústrias iam
surgindo, fato que retirava um bom número de receita de Portugal. Então, como
éramos colônia, a rainha Dona Maria I baixa um alvará em 5 de janeiro de 1785
proibindo toda a atividade manufatureira no Brasil. Nada podia ser transformado
e depois vendido, tudo tinha que vir de Portugal. Seguramente esse alvará
sepultou a jovem indústria vitivinícola no Brasil.
Com Napoleão infernizando a Europa, a família real portuguesa chega ao Brasil
em 1808. Com ela, 90% da corte e mais centenas de pessoas letradas e
profissionais liberais vieram também. Os 13 anos de permanência de Dom João VI
no País, com a sua corte e a abertura dos nossos Portos, trouxeram muitos vinhos
para cá de todas as partes do mundo.
No entanto, não se pode esquecer que, a partir de setembro de 1756, Portugal
nos impôs grandes cotas de Vinho do Porto, através dos escritórios sediados em
Recife, Salvador e Rio de Janeiro, da Companhia Geral da Agricultura dos Vinhos
do Alto Douro. Todo Vinho do Porto que os ingleses não compravam, comprava o
Brasil.
Independência e imigrantes
Em
1821, Dom João VI retorna a Portugal e grande parte da sua corte o acompanha.
Seu filho, o príncipe Pedro, já então casado com Dona Leopoldina, filha do
Imperador da Áustria, cuida dos destinos do Brasil, até que após o 7 de setembro
de 1822 torna-se o Imperador Dom Pedro I.
Desse período do Brasil Colônia até o início da República, em 1889, nossas
relações com os vizinhos do sul (Argentina, Uruguai e Paraguai) sempre tiveram
problemas. As terras do hemisfério sul eram muito disputadas devido às suas
riquezas naturais. Para por fim a isso, Dom Pedro I autoriza o fluxo migratório
para a ocupação daquelas terras. Em 1824, chegam os alemães formando a primeira
colônia, a de São Leopoldo, próxima a Porto Alegre. Logo se deu início a uma
atividade industrial.
Fluxo imigratório italiano para a região da
Serra Gaúcha perdurou por 10 anos
Já no reinado de D. Pedro II, o movimento pelo fi m da escravidão crescia a
cada dia. Em 1857, a Lei Euzébio de Queiroz decreta o fim do tráfego negreiro
para o Brasil. Fatores como esse e mais a necessidade da ocupação territorial do
País intensificam a criação de uma política imigratória.
Os italianos
A Itália que hoje
conhecemos, criada a partir de 1870, vivia dias de miséria, incertezas e
amargura. Atravessar o Atlântico e ter um punhado de terra só seu - de onde
pudesse tirar o sustento de sua família - era o sonho dourado de milhares de
italianos. As duas necessidades se completaram entre os anos de 1870 e 1875.
Assim, o exército brasileiro mapeia uma grande porção de terra na Serra Gaúcha,
traça estradas, divide lotes com tamanhos diversos e inicia a venda desses lotes
às famílias italianas, que tinham 12 anos para pagarem por essas terras.
Então, uma verdadeira odisséia implantou-se na Serra, abastecida de
determinação e coragem desses imigrantes italianos nascidos no Vêneto, Lombardia
e Trento. Um grande fluxo migratório perdurou por 10 anos e esse povo deu início
ao que chamamos de "indústria vinícola brasileira".
A cidade de Bento Gonçalves em 1901 |
Implantando vinhedos idênticos aos de sua terra, mas com uma uva americana, a
Isabel, o vinho brasileiro saiu da produção familiar e, aos poucos, foi virando
um negócio. Enquanto esse vinho circulava na Serra Gaúcha, as dificuldades eram
poucas, mas novos mercados precisavam ser abertos. Então, os carroções e até
mesmo o lombo dos burros eram os meios de transporte para que o vinho descesse a
Serra e encontrasse o consumidor final. Muitas foram as perdas nesses primeiros
tempos. A falta de higiene e cuidados básicos, muitas vezes, comprometia safras
inteiras.
Em 1912, é fundada a Federação das
Cooperativas do Rio Grande do Sul
A mão do governo e as
cooperativas
Alguns produtores mais ousados não gostavam de ver seus vinhos comprados a
preços irrisórios, especialmente depois de saberem que esses mesmos vinhos eram
vendidos por até cinco vezes mais nos grandes centros de consumo. O governo
estava atento, não pelo fato de proteger o produtor, mas sim porque essas
transações comerciais não rendiam nada de impostos.
É do ano de 1910 em diante que vão surgindo as empresas de vinho no Brasil,
pois o governo federal queria arrecadar impostos sobre a produção e
comercialização das uvas e dos vinhos. Para instruir os novos produtores a se
organizarem, o governo contratou o advogado italiano José Stefano Paterno,
expert em montagem de cooperativas, que obtivera muito sucesso com a implantação
das mesmas na Itália e no Paraguai. Assim, em pouco tempo, mais de 30
cooperativas estavam organizadas e, em 1912, é fundada a Federação das
Cooperativas do Rio Grande do Sul.
Após esse júbilo, uma série de crises durante o governo do Marechal Hermes da
Fonseca fez com que o sistema de cooperativas praticamente se desfizesse e os
negociantes individuais de vinhos assumissem a posição de "única salvação" para
a jovem e inexperiente indústria vinícola.
Vinhos com nome e sobrenome
Ficava patente que o agricultor familiar deveria ser treinado com afinco nas
artes de preparar e implantar vinhedos, colher e elaborar vinhos e gerir o
comércio dos mesmos. Para colocar a casa em ordem, a Escola de Engenharia de
Porto Alegre contrata, na Itália, um grupo de experientes professores liderados
pelo enólogo e engenheiro Celeste Gobbato, que se tornaria o líder de uma
revolução pacífica na Serra Gaúcha, cujos resultados podemos sentir até os dias
de hoje. A partir desse período, o brasileiro começa a conhecer vinhos que tem
nome e sobrenome. É esse o marco divisório da cultura artesanal para uma
indústria forte que nunca mais parou de crescer.
A partir de 1920, o produtor, agora com mais experiência de campo, dá os
primeiros passos na busca de maior qualidade para os seus vinhos. Ele começa a
olhar para as uvas vitiviníferas, cujo rendimento na produção é menor, mas a
qualidade do produto é muito maior.
Os vinhos elaborados com a uva Isabel e alguns de Bonarda começam a fazer
escola, primeiro envasados em cartolas (pipas) de 400 litros, de madeira de
grápia, e são comercializados a granel nos grandes centros, como São Paulo e Rio
de Janeiro. Em seguida, surge a figura do garrafão de 5 litros que, depois de
arrolhado, recebia um lacre de gesso branco. Uma vez aberto, o ideal era
consumi-lo todo, mas tal não acontecia, o que prejudicava muito a qualidade.
A prática de falsificar o vinho gaúcho nos grandes centros consumidores do
Brasil foi o ponto alto para a criação, em 1927, do Sindicato Vinícola do Rio
Grande do Sul, com sede em Porto Alegre, que passou a funcionar como regulador
da oferta e da procura, e controlando a produção e a comercialização de todo o
vinho produzido no Rio Grande do Sul.
Em 1929, José de Moraes Velhino reúne um grupo de amigos e funda a Sociedade
Vinícola Riograndense, cujo rótulo nascido dessa sociedade - Granja União -
faria história no Brasil. Além de comprar e escoar toda a produção de uva e
vinho de Caxias do Sul, a Sociedade implantou o projeto Granja União, cultivando
muitos hectares com diversas cepas vitiviníferas europeias. Até um grande
parreiral da uva portuguesa do Douro, a Souzão, foi implantado. Naquela época, o
vinho mais vendido no Brasil era o Porto. Então, não custava sonhar em fazer um
vinho semelhante.
A partir de 1920, os produtores começam a
olhar para a qualidade
Como resultado positivo, a Sociedade estimulou aos demais produtores e,
assim, no início dos anos 30 a Serra Gaúcha assistiu ao nascimento de mais de 25
cooperativas, muitas delas resistindo bravamente até os dias de hoje e fazendo
muita história com a gama de vinhos que disponibiliza no mercado.
Vinícola Aurora ajudou a tornar o vinho popular com seu Sangue de Boi |
As referências do vinho da Serra
Gaúcha
Acompanhando o crescimento do comércio, o
vitivinicultor gaúcho ia, aos poucos, se escolarizando em sua arte. Deve-se ao
grande professor italiano que fincou raízes no Brasil, Celeste Gobbato a edição
do livro "Manual do Vitivinicultor Brasileiro", onde tudo o que fez e testou na
Estação Experimental de Viticultura e Enologia, instalada em Caxias do Sul, era
apresentado de forma ilustrada e muito didática. Este manual foi tão lido quanto
a Bíblia na Serra Gaúcha.
Chegamos à década de 1940 e o Brasil conheceria três grandes "leões" nesse
mundo da uva e do vinho: os médicos Luiz Pereira Barreto e Campos da Paz e o
agrônomo Julio Seabra Inglez de Sousa. Os dois primeiros insistindo e provando
que o Brasil tinha grande potencial para investir na vitivinicultura, fazendo
cultivar cepas resistentes ao nosso clima, em que os altos índices de umidade
provocaram muitas doenças nas castas mais delicadas. Já o professor Inglez de
Sousa, da Escola de Agronomia Luiz de Queiroz, de Piracicaba, em São Paulo,
estudava in loco e academicamente toda a vitivinicultura brasileira. Seu livro
"Uvas para o Brasil" até hoje é considerado um clássico e um marco nesse
assunto.
Varietais, Sangue de Boi e nomes alemães e
franceses
Reinava no início dos anos 50 a coleção de vinhos
varietais da Granja União de Caxias do Sul. A fama desses vinhos era tanta que o
brasileiro foi se acostumando a pedir vinhos pelo nome de suas castas. Assim
Cabernet, Merlot, Riesling, Bonarda, Malvasia di Candia e tantas outras foram
criando nichos de admiradores pelo território nacional. No campo dos vinhos
populares, o Sangue de Boi da Cooperativa Vinícola Aurora iniciou seu domínio e
alguns milhões de garrafões de 5 litros passaram a conviver intimamente nos
lares do Brasil.
No início da década de 70, a indústria vinícola nacional dá o seu segundo
grande salto. A qualidade encontrou no marketing a sua grande aliada, os rótulos
começam a ser bem elaborados e as marcas com nomes franceses e alemães passaram
a dominar o mercado, como Château Duvalier, Château D'Argent, Saint Honore,
Jolimont, Château Lacave, Clos de Nobles, St. Germain, Conde Foucauld, Bernard
Tailand, Forestier, Gran Bersac, Katzwein, Nachtliebewein, Loreley, Kiedrich,
Johannesberg etc. Os nomes alemães, por sua vez, ainda aproveitam a grande onda
de sucesso no Brasil dos vinhos alemães importados de garrafa azul.
Nos anos 50, reinava a coleção de vinhos
varietais da Granja União, de Caxias
Ações isoladas de qualidades superiores como as apresentadas pelo viticultor
e sonhador Oscar Guglielmone, com o seu vinhedo localizado em Viamão,
despertavam curiosidades entre os enófilos de primeira viagem. Mas a grande
virada ainda estava por vir. E ela seria dada com o interesse das multinacionais
das bebidas pelos vinhos do Rio Grande do Sul.
"Invasão estrangeira" e o vinho como
negócio
Em um espaço de quase 10 anos instalaram-se no sul do
Brasil as poderosas Heublein e a Seagran. Da Itália vieram a Martini e Rossi e a
Cinzano, associada à Chandon, da França. Dos Estados Unidos, a Almadén.
Comprando vinícolas familiares tradicionais ou simplesmente começando do
zero, esse pessoal acordou o vitivinicultor gaúcho ao mostrar que a modernização
era um fato real e a administração científica viria para se sobrepor à
administração familiar. Ou seja, todos acordaram para uma realidade que não
haveria de ter retorno: o vinho é um negócio.
Embora todos sempre tivessem muito do que se orgulhar de seus antepassados, o
negócio do vinho era mais forte e ágil do que as lembranças. Profissionais
tarimbados de outros países foram chegando e, aos poucos, impuseram suas teorias
e práticas. Junto delas, o pessoal do Colégio de Viticultura e Enologia (CVE)
iniciou esse progresso, refez seu currículo e amadureceu para que anos mais
tarde pudesse ser implantado um curso superior de enologia. Nomes como Phillipe
Coulon, Dante Calatayud, Adolfo Lona, Ernesto Cataluña iam se firmando como
criadores de novos estilos de vinhos.
Mais recentemente, produção vitivinícola se modernizou e foi em busca de novos terroirs, indo parar até no Vale do São Francisco |
Renovação, busca de novos terroirs e novo
saber
Muitas famílias descendentes dos primeiros imigrantes
italianos entenderam bem o que se passava e não deixaram escapar a oportunidade
de se profissionalizarem oficialmente, criando então novas empresas ou
solidificando as já existentes com um alto nível de sofi sticação técnica e
muito conhecimento empresarial. Daí surgem Miolo, Pizzato, Lovara, Dal Pizzol,
Dom Cândido, Valduga, Lidio Carraro, Dom Giovanni, Pedrucci, Marson, Valmarino e
tantos outros que, junto dos mais antigos como Cooperativa Aurora, Salton,
Cooperativa Garibaldi, La Cave, redesenham todo o cenário vinícola nacional.
Eles não se sentem mais intimidados em inovar, chegando a descer a Serra e
buscar novos horizontes para os seus vinhedos, indo cultivar grandes extensões
de parreiras projetadas e ordenadas no Vale do São Francisco, no nordeste do
Brasil, na Serra Catarinense e na região da Campanha Gaúcha, no extremo sul do
Brasil, na fronteira com o Uruguai.
Junto com tudo isso surge, a partir de 1980, o movimento organizado dos
enófilos através da criação de confrarias e entidades profissionais que
proliferam por todo o território nacional. No início dos anos 90, caem as
barreiras de importação e o Brasil, juntamente com os Estados Unidos, Inglaterra
e Japão, forma o quarteto que mais dispõe de vinhos do mundo todo.
Brasil vive atualmente o desafio de aumentar
o consumo per capita
Aparecem os especialistas, jornalistas ou não, que se dedicam a disseminar o
conhecimento do vinho, pois o brasileiro tem sede de saber, embora ainda com o
consumo pífio de 2 litros de vinho per capita.
Vivemos o nosso melhor momento, embora alguns retrógrados e aventureiros do
vinho sonhem em voltar ao início do século XX, querendo impor controles
tributários sobre o vinho, como se tivéssemos governos competentes para fazê-lo.
O nosso vinho é uma realidade, ainda iremos nos orgulhar e muito dos espumantes
que produzimos. Por hereditariedade, o brasileiro é alegre e o vinho do Brasil
só ajuda a manter esse perfil diferenciado de nosso povo ( da revista Adega ).
2 comentários:
Muito Bom seu Blog, têm bastante conteúdo , sou muito curiosa e adoro saber sempre mais de história, ciência, tecnologia pode ter certeza que vou voltar mais vezes.
Até a Próxima!!!
muito bom publicarei em meu blo com indicaçoes
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