quinta-feira, 31 de março de 2011

O Brasil na Biblioteca Digital Mundial

Está na rede um verdadeiro baú do tesouro para quem gosta de garimpar informações históricas e curiosidades que não cabem nos livros didáticos ou que passam ao largo da pauta da mídia de massa. Trata-se da Biblioteca Digital Mundial (http://www.wdl.org), desenvolvida pela Biblioteca do Congresso dos EUA com apoio da Unesco, recursos de uma série de empresas e fundações privadas, como a Google e a Microsoft, e contribuições de várias instituições culturais de todo o mundo, das maiores bibliotecas da Europa ao Arquivo Nacional do Haiti, passando pela Biblioteca Nacional do Brasil.

São manuscritos, mapas, livros raros, gravações, filmes, gravuras, fotografias, desenhos arquitetônicos e até partituras. Todos os itens são acompanhados por textos explicativos e podem ser pesquisados pelos usuários por lugar, período, tema, tipo de mídia e instituição cedente do material, ou podem ser localizados simplesmente por meio de um bom e velho formulário de pesquisa. Tudo gratuito e em sete idiomas diferentes.

‘Prosperidade da Companhia das Índias Ocidentais’
A Biblioteca Digital Mundial disponibiliza 143 documentos sobre o nosso país. São preciosidades como um mapa detalhado do Império do Brasil datado de 1873 e desenhado pelo engenheiro militar Conrado Jacob Niemeyer, que construiu com seus próprios recursos a estrada que leva seu nome ligando os bairros cariocas do Leblon e de São Conrado, assim batizado por causa da igrejinha de São Conrado, também construída pelo intrépido coronel.

Chama também a atenção algumas das fotografias da coleção de mais de 20 mil imagens reunidas por Dom Pedro II e doadas à Biblioteca Nacional. Uma delas mostra uma parada no Largo do Paço Imperial, no centro do Rio, por ocasião do casamento da princesa Isabel com o Conde d’Eu, celebrado em 15 de outubro de 1864.

Outra raridade é um folheto de 1642 intitulado “Prosperidade da Companhia das Índias Ocidentais”, contendo uma série de propostas para aumentar os lucros e os dividendos dos acionistas da companhia, sobretudo na colônia que os holandeses mantiveram no nordeste brasileiro entre os anos de 1624 e 1654, abordando o comércio do principal produto da colônia, o açúcar, o financiamento da força militar da Companhia das Índias Ocidentais e mencionando uma série de questões relacionadas à escravidão.

A natureza brasileira segundo Theodore Roosevelt
Os arquivos sobre o Brasil na Biblioteca Digital Mundial revelam fatos inusitados da história do país, muitas vezes desconhecidos do grande público. Entre esses fatos e curiosidades estão as aventuras de ninguém menos do que o ex-presidente norte-americano Theodore Roosevelt pelo interior do Brasil na companhia do célebre explorador Cândido Rondom.

Depois de não conseguir se reeleger para um terceiro mandato à frente da Casa Branca, Roosevelt planejou uma viagem ao Brasil. Ao saber do interesse do ex-presidente dos EUA por desbravar os trópicos, o governo brasileiro da época, chefiado por Hermes da Fonseca, convidou-o para se juntar a Rondom em uma expedição para desbravar o Rio da Dúvida. A aventura de Roosevelt nas florestas brasileiras só terminou no dia 27 de fevereiro de 1914, depois de o estadista chegar a ficar gravemente doente.

Toda a expedição está documentada no livro “Através da natureza brasileira”, escrito pelo gringo mais do que ilustre e ilustrado com fotografias do seu filho, Kermit. E o Rio da Dúvida, que nasce em Rondônia e deságua no Rio Madeira, é hoje chamado de Rio Roosevelt ( do opinião e notícia ).

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