Está na rede um verdadeiro baú do tesouro para quem gosta de garimpar
informações históricas e curiosidades que não cabem nos livros didáticos ou que
passam ao largo da pauta da mídia de massa. Trata-se da Biblioteca Digital
Mundial (http://www.wdl.org), desenvolvida pela Biblioteca
do Congresso dos EUA com apoio da Unesco, recursos de uma série de empresas e
fundações privadas, como a Google e a Microsoft, e contribuições de várias
instituições culturais de todo o mundo, das maiores bibliotecas da Europa ao
Arquivo Nacional do Haiti, passando pela Biblioteca Nacional do Brasil.
São manuscritos, mapas, livros raros, gravações, filmes, gravuras,
fotografias, desenhos arquitetônicos e até partituras. Todos os itens são
acompanhados por textos explicativos e podem ser pesquisados pelos usuários por
lugar, período, tema, tipo de mídia e instituição cedente do material, ou podem
ser localizados simplesmente por meio de um bom e velho formulário de pesquisa.
Tudo gratuito e em sete idiomas diferentes.
‘Prosperidade da Companhia das Índias Ocidentais’
A Biblioteca Digital Mundial disponibiliza 143 documentos sobre o nosso país.
São preciosidades como um mapa detalhado do Império do Brasil datado de 1873 e
desenhado pelo engenheiro militar Conrado Jacob Niemeyer, que construiu com seus
próprios recursos a estrada que leva seu nome ligando os bairros cariocas do
Leblon e de São Conrado, assim batizado por causa da igrejinha de São Conrado,
também construída pelo intrépido coronel.
Chama também a atenção algumas das fotografias da coleção de mais de 20 mil
imagens reunidas por Dom Pedro II e doadas à Biblioteca Nacional. Uma delas
mostra uma parada no Largo do Paço Imperial, no centro do Rio, por ocasião do
casamento da princesa Isabel com o Conde d’Eu, celebrado em 15 de outubro de
1864.
Outra raridade é um folheto de 1642 intitulado “Prosperidade da Companhia das
Índias Ocidentais”, contendo uma série de propostas para aumentar os lucros e os
dividendos dos acionistas da companhia, sobretudo na colônia que os holandeses
mantiveram no nordeste brasileiro entre os anos de 1624 e 1654, abordando o
comércio do principal produto da colônia, o açúcar, o financiamento da força
militar da Companhia das Índias Ocidentais e mencionando uma série de questões
relacionadas à escravidão.
A natureza brasileira segundo Theodore Roosevelt
Os arquivos sobre o Brasil na Biblioteca Digital Mundial revelam fatos
inusitados da história do país, muitas vezes desconhecidos do grande público.
Entre esses fatos e curiosidades estão as aventuras de ninguém menos do que o
ex-presidente norte-americano Theodore Roosevelt pelo interior do Brasil na
companhia do célebre explorador Cândido Rondom.
Depois de não conseguir se reeleger para um terceiro mandato à frente da Casa
Branca, Roosevelt planejou uma viagem ao Brasil. Ao saber do interesse do
ex-presidente dos EUA por desbravar os trópicos, o governo brasileiro da época,
chefiado por Hermes da Fonseca, convidou-o para se juntar a Rondom em uma
expedição para desbravar o Rio da Dúvida. A aventura de Roosevelt nas florestas
brasileiras só terminou no dia 27 de fevereiro de 1914, depois de o estadista
chegar a ficar gravemente doente.
Toda a expedição está documentada no livro “Através da natureza brasileira”,
escrito pelo gringo mais do que ilustre e ilustrado com fotografias do seu
filho, Kermit. E o Rio da Dúvida, que nasce em Rondônia e deságua no Rio
Madeira, é hoje chamado de Rio Roosevelt ( do opinião e notícia ).
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