sábado, 26 de dezembro de 2009

Aumenta desmatamento na Amazônia Legal

Depois do fracasso de Copenhague, mais uma notícia ruim para o meio ambiente. O desmatamento está aumentando na Amazônia.

Em novembro, os fazendeiros destruíram 75 km² de florestas da Amazônia Legal, o que representou um aumento de 21% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o homem derrubou 61 km² quadrados da floresta, segundo dados do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), ong que usa os mesmos radares do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), utilizados pelo governo para acompanhar a situação do desmatamento na região.

De acordo com pesquisadores do Imazon, o aumento do desmatamento tem sido estimulado pelo afrouxamento das medidas de punição aos devastadores. Depois das operações de apreensões de bois que estavam sendo criados ilegamente em áreas devastadas na Amazônia, em operaçãoes como "Boi Pirata" e "Arco do Desmatamento", no Pará, houve uma forte pressão dos fazendeiros contra essas ações do governo.

Muitos juizes, sobretudo da região de Santarém, acabaram concedendo liminares em favor dos fazendeiros, permitindo que eles pudessem continuar criando o gado nas áreas devastadas. Isso deu força aos desmatadores — disse ao GLOBO, por telefone, Sanae Hayashi, pesquisadora do Imazon no Pará.

O aumento nas áreas desmatadas pode ser constatado em qualquer comparativo de dados deste ano com relação aos do ano passado. De janeiro a julho deste ano, a área devastada foi de 1.681 kms quadrados, enquanto que em igual período de 2008 o desmatamento atingiu uma área de 1.597 kms quadrados. De agosto a novembro deste ano, o desmate atingiu uma área de 757 kms quadrados, o que representou um aumento de 29% em relação ao mesmo período do ano passado, que atingiu uma área de desmate de 586 kms quadrados.

— Além das decisões favoráveis dos juizes, beneficiando os produtores rurais ilegais, houve uma grande pressão dos pecuaristas também sobre os governos dos Estados e o governo federal, que recuaram nas punições aos fazendeiros. Até as listas com os nomes dos fazendeiros ilegais pararam de ser divulgadas — disse a pesquisadora do Imazon.

— E nós achamos que agora, com o fracasso de Copenhague, o desmatamento vai continuar crescendo — acrescentou Sanae Hayashi.

O Pará, novamente, está entre os estados que mais desmatam na Amazônia. Em novembro, o Pará desmatou 51 kms quadrados, equivalente a 69% dos 75 kms quadrados desmatados em toda a Amazônia Legal. Em segundo lugar, aparece o Estado do Amazonas, que cortou 8 kms quadrados de matas (11% do total). Depois vem o Mato Grosso, com o desmate de 5 kms quadrados (6% do total).

Além das áreas desmatadas, o Imazon observou um total de 29 kms quadrados de área degradada, ou seja, em processo de desmate. Por causa das nuvens na região, os radares só puderam observar 68% da região, pois o resto estava coberto por nuvens, o que é comum nesta época de chuvas na região.

Os números do Imazon são similares aos do Inpe, que só divulgará seus dados relativos a novembro no início do ano que vem. Segundo o Inpe, de agosto de 2008 a julho de 2009, a Amazônia Legal perdeu 7.008 kms quadrados em florestas.

Texto de Germano Oliveira. (agência globo)

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