A implantação de computadores e conexão à internet nas escolas públicas sempre esteve presente nos discursos oficiais como prioridade. Numa análise apressada, poderia até se dizer que os objetivos estão sendo atingidos. Pelo menos no meio urbano. Em 13 capitais do País, incluindo o Recife, 98% das instituições de ensino estão equipadas com PC e 83% têm conexão à web.
Que diferença a tecnologia está fazendo na formação dos alunos? Nenhuma. Do ponto de vista qualitativo, os programas de inclusão digital nas escolas é um desastre. A conclusão é de pesquisa realizada pela Fundação Victor Civita, Ibope e Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da USP.
O estudo revelou que 89% dos professores não se sentem preparados para usar os recursos tecnológicos na educação. Nem mesmo aqueles que lecionam nas instituições onde houve cursos de formação em Tecnologias da informação e comunicação (TICs) nos últimos 12 meses – somente 29% da mostra. A maioria dos docentes considera os cursos pouco úteis para o dia a dia em sala de aula.
Por pura falta de conhecimento, os instrumentos idealizados para revolucionar o ensino acabam empoeirados num laboratório qualquer. Entre os professores que conseguem driblar a falta de capacitação adequada e se esforçam para fazer uso das máquinas, um grande percentual (74%) só realiza atividades simples, como digitação e edição de texto.
Aos gestores públicos, falta o entendimento de que máquina sozinha não produz desenvolvimento, sem que haja gente qualificada para operá-la. Neste caso, professores habilitados para inserir o computador e a internet no projeto pedagógico escolar. Óbvio assim. (Mona Lisa Dourado - jc informática).
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